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Automóveis

Fiat Chrysler vai investir R$ 14 bilhões para recuperar mercado perdido no Brasil

Fábrica de Goiana, em Pernambuco, inaugurada em abril de 2015, onde são produzidos a picape Fiat Toro e os utilitários esportivos Compass e Renegade, da Jeep. | FCA/Divulgação
Fábrica de Goiana, em Pernambuco, inaugurada em abril de 2015, onde são produzidos a picape Fiat Toro e os utilitários esportivos Compass e Renegade, da Jeep. (Foto: FCA/Divulgação)

O grupo Fiat Chrysler (FCA) deve investir na América Latina cerca de R$ 14 bilhões até 2022, no maior plano de investimento em produto já feito pelo grupo na região. Desse total, 90% deve ser aplicado no Brasil, maior mercado da montadora na região.

O valor supera os R$ 12 bilhões aplicados na fábrica de Goiana, em Pernambuco, inaugurada em abril de 2015, onde são produzidos a picape Fiat Toro e os utilitários esportivos Compass e Renegade, da Jeep.

Utilitários esportivos, com maior valor, estão no centro do investimento, que busca recuperar a margem de lucro.

O presidente da companhia para América Latina, Antonio Filosa, afirmou a jornalistas que o grupo espera elevar suas vendas na região de 700 mil veículos neste ano para 1 milhão em 2022.

A empresa vai focar nas marcas Fiat, Jeep e RAM em um momento em que rivais atualizam produtos no Brasil, maior mercado da região.

Foco total em utilitários

A Volkswagen está no meio de sua renovação de linha, que inclui a produção de novos utilitários esportivos no Brasil como parte de um ciclo de investimentos que soma R$ 7 bilhões. Na Toyota, a novidade é o recém-lançado sedã Yaris.

A FCA vai bem na soma de todas as marcas, mas perde participação com sua principal bandeira, a Fiat. A montadora italiana, que chegou a ser líder de mercado com o Palio, é hoje a terceira no ranking, com 12,8% de participação, atrás de Chevrolet (16,6%) e Volkswagen (15,2%).

Segundo os planos da empresa, a recuperação virá com a chegada de utilitários. A Fiat terá três opções de tamanhos produzidas no Brasil. A linha Jeep também ganhará um novo modelo de luxo com produção local, em Goiana.

“Fábricas novas é do que menos precisamos. Vamos investir em produto, ampliar eficiência das fábricas com automação e digitalização. Precisamos baixar o custo de produção”, disse Filosa.

O desafio será reequilibrar a linha. Ao mesmo tempo em que a Jeep construiu uma imagem forte no mercado -as características de seus produtos se encaixaram nos desejos do público, atualmente ávido por utilitários urbanos, a Fiat perdeu espaço com o envelhecimento de seus produtos.

A chegada de veículos compactos modernos nos últimos cinco anos inverteu posições em um segmento que antes era dominado pela marca italiana.

Agora, a empresa se esforça para consolidar o pequeno Fiat Mobi, o hatch Argo e o sedã Cronos no topo do ranking de vendas, em posições que já forma ocupadas por Uno, Palio e Siena.

O executivo não deu detalhes sobre o desempenho financeiro da FCA na América Latina, mas afirmou que atualmente a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização na região é de um “dígito bom”.

Filosa disse que a FCA tem capacidade para produzir na América Latina 1,25 milhão de veículos por ano, dos quais cerca de 1 milhão apenas no Brasil nas fábricas de Goiana e Betim (MG).

Do valor a ser investido na América Latina até 2022, que faz parte de um pacote global de R$ 45 bilhões, 90% deve ser aplicado no Brasil, afirmou Filosa.

Os recursos serão usados em uma renovação da linha da Fiat focada em veículos utilitários, aumento da quantidade de modelos Jeep vendidos no país e importação ou possível produção local de picapes de grande porte da RAM.

25 lançamentos até 2022

Ao todo, serão lançados 25 novos modelos do grupo até 2022 (15 da marca Fiat), entre veículos montados na América Latina e importados. “Temos ambição de crescer nosso faturamento em 5% ao ano [na região]”, disse o executivo.

Ele ainda afirmou que depois de um tombo nas vendas do mercado no final de maio por causa da greve dos caminhoneiros, os licenciamentos totais se recuperaram para níveis anteriores à paralisação.

Ele comentou que a fábrica em Goiana está operando em três turnos e que a empresa avalia investimento para elevar a capacidade da unidade de 250 mil para 350 mil veículos anuais nos próximos anos.

“Durante os 10 dias de greve as vendas baixaram bastante, mas quando acabou a greve, o ritmo de vendas subiu e chegou ao patamar de antes.

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