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Indústria Automotiva

Fiat não pode se manter sem fusão, diz presidente do grupo

Sergio Marchionne afirmou esperar que nos próximos dois anos, apenas seis companhias vão competir em nível mundial, com a Fiat vinculada a alguma delas | Reuters/Paulo Whitaker
Sergio Marchionne afirmou esperar que nos próximos dois anos, apenas seis companhias vão competir em nível mundial, com a Fiat vinculada a alguma delas (Foto: Reuters/Paulo Whitaker)

A Fiat precisa encontrar um parceiro já que é muito pequena para sobreviver sozinha à crise que abateu a indústria, afirmou o presidente-executivo da companhia, Sergio Marchionne.

Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira, ele afirmou esperar que a indústria se consolide nos próximos dois anos, deixando seis companhias para competir em nível mundial, com a Fiat vinculada a alguma delas.

"Você precisa de pelo menos 5,5 milhões a 6 milhões de carros por ano para ter uma chance de fazer dinheiro", disse Marchionne, citado pela Automotive News, uma publicação da indústria.

"A Fiat não está nem na metade disso. E não estamos sozinhos nisso. Então precisamos agregar de uma maneira ou de outra", afirmou o executivo.

Ele evitou comentar possíveis parceiros da Fiat.

Em uma tentativa de cortar custos, montadoras ao redor do mundo estão suspendendo produção e dispensando funcionários diante de quedas acentuadas nas vendas.

A crise tornou o crédito mais caro para consumidores e os assustou em relação a grandes compras, dada a perspectiva de desemprego diante da ameaça de recessão.

Marchionne também deixou aberta a possibilidade de perder seu cargo com a consolidação.

"Algumas pessoas perderão o direito de liderar... E eu me incluo nisso."

O mercado frequentemente tem especulado sobre uma separação do grupo Fiat ou a venda da divisão automotiva porque não é grande o bastante ou lucrativa o suficiente para continuar independente.

Apesar de Marchionne não ter comentado quem poderia ser parceiro da Fiat, as montadoras cuja produção ultrapassa os 5 milhões de veículos incluem a Toyota, GM, Volkswagen, Ford e Renault-Nissan.

"Vamos acabar com uma grande empresa norte-americana, uma alemã, uma franco-japonesa, talvez mais uma nos EUA, uma no Japão, uma na China e um outro potencial player europeu", disse o executivo.

"A Fiat está olhando para este (novo) mundo e dizendo que será uma empresa marginal se não agir", acrescentou. "Eu não posso continuar trabalhando com carros sozinho. Eu preciso de uma máquina muito maior para me ajudar. Eu preciso de uma máquina compartilhada."

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