Panorama do porto de Paranaguá: cargas de fertilizante são maioria na fila de espera| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

O Porto de Paranaguá atingiu um recorde que não é motivo de comemoração. Ontem, a fila de navios ao largo – onde a embarcação espera para chegar ao cais – ultrapassou uma centena. De acordo com o site da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Ap­pa), 16 navios estão atracados, 103 ao largo e outros 26 são esperados para as próximas 48 horas. Mais da metade leva fertilizantes e outras três dezenas aguardam um lugar no corredor de exportação de grãos.

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O tamanho da fila de espera para atracar no Porto de Paranaguá dobrou de maio para junho. No dia 8 do mês passado, o terminal por onde escoa um quarto de toda a soja nacional e é o maior operador de fertilizante do país registrava fila de 51 navios ao largo.

A dificuldade das operações está relacionada ao mau tempo das últimas semanas, já que as operações no cais são interrompidas ao menor sinal de chuva. A movimentação de grãos foi suspensa em 13 dos últimos 30 dias.

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"Estamos com um perío­do de chuvas fora do comum. Isso faz com que o embarque seja concentrado em um tempo menor", diz Luiz Henrique Dividino, superinten­dente da Appa. De acordo com o Ins­tituto Tec­nológico Simepar, nes­te mês foi registrado um volume de 177,8 mi­­límetros de chuva em Antonina, o dobro do mesmo período do ano passado – 90 milímetros. Sem o clima necessário para operar e com estrutura limitada para atender aos contratos internacionais, será necessário um mês de bom tempo pra regularizar a situação. O navio há mais tempo na fila chegou a Paranaguá no dia 19 de maio. Ou seja, está há 33 dias na fila.

Providência

Na tentativa de minimizar os problemas gerados pelo mau tempo, a administração do terminal reuniu os operadores de fertilizantes para discutir possíveis formas de diminuir o tempo de espera. Porém, a reunião não resultou em nenhuma medida definitiva.

A Rocha Top, um dos o­pe­­radores portuários de Pa­ra­na­guá, decidiu não esperar e, por conta própria, começou a modernização dos seus equipamentos de transporte de fertilizantes. A empresa investiu R$ 80 milhões para implantar uma nova esteira que promete dobrar a velocidade de descarga de adubo, passando das atuais seis mil toneladas para 12 mil toneladas por dia. Os navios de fertilizante na fila de espera somam mais de 1,3 milhão de toneladas para serem desembarcadas.