Oportunidade
Disposição e bom desempenho aumentam chances de efetivação
Mesmo com certa possibilidade de escolher entre diferentes empresas e cargos, os candidatos que estão atrás dos trabalhos temporários devem ter a atenção de mostrar empenho e determinação em ser escolhidos. Isso não apenas ajuda a avançar nas fases de recrutamento, mas também aumenta as chances de uma contratação efetiva mais tarde.
"Para o trabalho temporário e também para as vagas efetivas, faz diferença o candidato ter atitude. Isso significa mostrar disposição, vontade e já deixar uma boa impressão desde a seleção para o cargo temporário. Aí ele tem chance de fazer parte dos 29% que devem ser contratados depois dos três meses iniciais", diz Danilo Padilha, diretor regional da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) no Paraná.
A maior parte das vagas ofertadas no período de fim de ano é relacionada a cargos que não têm grandes exigências para os candidatos. "Em geral, as únicas reivindicações são ter ensino médio e mais de 18 anos", afirma Padilha.
O perfil é próximo ao que o Grupo Pão de Açúcar vem buscando para esta temporada. Com seis lojas na capital, a empresa deve contratar 200 funcionários temporários até dezembro. "Não exigimos experiência prévia para os trabalhos e, dependendo do cargo, podem concorrer até candidatos que tenham o ensino fundamental completo", diz Ana Adélia de Oliveira, responsável pelo recrutamento de funcionários do grupo no Paraná.
Segundo ela, o período de fim de ano também servirá de avaliação para aqueles funcionários que pretendem ser mantidos nos cargos. "Para quem conseguir desenvolver bem a função e apresentar um bom desempenho, a possibilidade de passar para um contrato efetivo é grande", afirma Ana. Segundo ela, cerca de 80% dos funcionários temporários podem ser contratados ao fim dos três meses.
A economia aquecida e a carência de funcionários no varejo devem fazer com que o comércio do Paraná abra 9,2 mil vagas temporárias neste trimestre, o que representa uma alta de 31,4% em relação ao número esperado para o mesmo período em 2010.
Em todo o Brasil, devem ser ofertadas 147 mil vagas neste fim de ano, o que representa um aumento de 5% em relação a 2010, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem). Do total ofertado, 70% das vagas são para o comércio e 39%, para a indústria.
O movimento de contratações temporárias comum nesta época do ano, graças à chegada do 13.º salário e às compras de Natal ganhou força neste ano: a defasagem de mão de obra enfrentada por boa parte do varejo é um estímulo a mais para as empresas abrirem as portas para novos funcionários.
"A demanda por empregados já vem crescendo, sendo que neste ano as lojas estão com seus efetivos cerca de 10% a 15% abaixo do desejado. São funcionários que não têm trabalhado no setor e acabam indo para ramos diversos da prestação de serviços, assim como para a indústria e para a construção civil", diz Antônio Espolador Neto, vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP).
O alto nível de emprego no país a taxa de desocupação, de 6% em setembro, é a menor da história para o mês também influencia no quadro, forçando as empresas a cobrir ofertas para conseguir completar seus quadros. "O cenário consolidado neste ano mostra que a situação mudou: é a empresa que está indo atrás do funcionário e não mais o contrário", afirma Danilo Padilha, diretor da Asserttem no Paraná.
Com isso, aumentam as chances de o empregado ficar na empresa por um tempo maior que os três meses dos contratos temporários, podendo vir a se tornar funcionário efetivo da empresa. Segundo estimativas da Assertem, 29% dos contratos temporários previstos para o país no trimestre deverão ser efetivados o que resultaria na efetivação de 42,6 mil pessoas.
Alex de Deus está atrás desse objetivo. No início do mês ele foi chamado para uma vaga temporária na função de operador de caixa em um supermercado do Grupo Pão de Açúcar. Agora, espera ter uma chance para continuar no cargo. "A vontade é de continuar no cargo depois de dezembro. É o que eu espero e, pelo que sinto, há oportunidade para isso", diz.
Além da chance de ser efetivado, outro fator que pode servir de estímulo extra a empregados como Alex é o salário. Os números divulgados pela Assertem mostram que a média de remuneração para as vagas temporárias passou de R$ 770 para R$ 843 desde o ano passado um aumento de 9,5%.
Na oferta de trabalhos temporários, essa questão pode ser determinante no momento em que o candidato escolher a empresa onde vai trabalhar. "Os candidatos sabem que têm opções e que, em um primeiro momento, o trabalho é de curto prazo. Assim, o que vai pesar na busca por um trabalho é o que a organização oferece em torno de remuneração e carga horária, assim como pelos benefícios", diz Padilha.
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