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Fim de contratos preocupa indústria

A falta de chuva reduziu os níveis dos reservatórios e tem impedido algumas usinas de gerar toda a energia prevista em contrato | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
A falta de chuva reduziu os níveis dos reservatórios e tem impedido algumas usinas de gerar toda a energia prevista em contrato (Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo)

O volume de grandes consumidores industriais que ainda não têm contratos de energia fechados para o ano que vem preocupa o setor. A estimativa é que 30% do consumo do mercado livre esteja descontratado em 2015, segundo João Carlos Mello, presidente da consultoria Thymos Energia, com base nos padrões de contratos do setor em geral publicados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A média de descontratação em viradas de ano costuma ser de 15%. De acordo com Mello, porém, o que preocupa para o próximo ano são os altos preços esperados. "Criou-se uma situação de grande demanda com oferta menor. A renovação das concessões e a meteorologia minguaram a oferta de energia em 2015. Será um ano em que ninguém gostaria de estar descontratado", diz.

O receio é maior entre os eletrointensivos, indústrias que têm na energia elétrica uma parte muito significativa de seus custos, como o setor metalúrgico. Sem contrato, as empresas ficam sem garantia de suprimento de energia a um preço predefinido e acabam expostas à oscilação de preço do mercado à vista, que nesta semana gira em torno de R$ 800 o megawatt-hora. Há um ano, era de cerca de R$ 160.

Parar a produção e recorrer a importações são possibilidades cogitadas por empresários do setor. Mesmo para quem já tem energia contratada, vendê-la pode ficar mais interessante do que manter a produção.

Geradoras perdem

A forte seca que reduz drasticamente o nível dos reservatórios tem feito algumas geradoras de energia hidrelétrica acumularem perdas bilionárias, por estarem produzindo menos energia que o previsto. Estimativa da consultoria Safira Energia indicam que o gasto extra deve chegar a R$ 15,83 bilhões em 2014, dos quais cerca de R$ 7,86 bilhões entre agosto e dezembro.

Como as geradoras têm produzido menos que o contratado, têm de recorrer ao mercado à vista para honrar seus contratos, pagando caro pela energia excedente de outras empresas.

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