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O fim dos incentivos fiscais iniciados pelo governo no ano passado, como a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos de linha branca e automóveis, diminuiu a intenção de consumo no segundo trimestre deste ano. Mas em compensação, a antecipação de compras provocada pelos benefícios levou o consumidor a ficar mais cauteloso com novas dívidas em 2010. A análise é do chefe da divisão econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas "Mesmo sem o IPI, o ritmo de consumo continua forte este ano", acrescentou o economista.

Ontem, a CNC divulgou dois levantamentos: as pesquisas nacionais de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) e de Endivi­damento e Inadimplência do Con­sumidor (Peic). O universo dos le­­vantamentos abrange 17.800 consumidores em todo o país. Na primeira pesquisa, o indicador de in­­tenção de consumo das famílias, em uma escala de 0 a 200 pontos, recuou de 134,9 pontos para 132,2 pontos. Na prática, segundo o economista da CNC Fábio Bentes, o resultado de retração foi fortemente influenciado pela comparação com base elevada, referente ao primeiro trimestre de 2010, quando a redução do IPI estava em vigor. "É certo dizer que houve um recuo na intenção de compra de bens duráveis este ano", comentou Bentes.

Dívidas

Na pesquisa sobre débitos, a CNC informou que o porcentual de endividados, entre os pesquisados para análise, ficou em 54% em junho, o menor do ano – e bem abaixo da taxa apurada em maio (58,7%). O nível de inadimplência, que ficou em 7,8% dos entrevistados, também foi o menor de 2010. Mas o porcentual de famílias endividadas pode mudar nas próximas apurações da pesquisa, de acordo com a economista da CNC Ma­­rianne Hanson. "Mesmo sem o IPI, as pessoas vão continuar a assumir dívidas. Não tanto quanto em 2009, mas continuarão a usar o crédito", comentou.

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