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Fim dos estímulos não deve afetar investimentos no Brasil, diz Coutinho

A reversão no fluxo de capitais dos países emergentes, que deve ocorrer após a esperada mudança da política monetária americana, não deve comprometer o financiamento do investimento no Brasil, segundo Luciano Coutinho, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

"A reversão é muito mais do "hot money" [dinheiro de curto prazo] e muito menos do investimento direto. Esse "hot money" não vem para investimento de longo prazo", disse Coutinho a jornalistas após um seminário do IIF (Institute of International Finance), em Washington, hoje.

Segundo Coutinho, a consequência pode ser "saudável", ao reduzir a pressão que empurrava a taxa de câmbio.

"A gente vai voltar para um mundo mais normal onde a liquidez mundial vai caminhar para o normal e onde o crescimento mundial é mais balanceado e onde a China não excita demasiadamente o preço de commodities."

Uma taxa de câmbio mais favorável poderá, também, recuperar o potencial brasileiro de exportação, segundo ele.

"Por exemplo, a preocupação demonstrada aqui para as economias que estavam mais expostas, com deficit em conta corrente mais alto, foram economias em que a depreciação foi mais forte. Isso significa que há mais incentivo para corrigir o excesso de deficit em conta corrente mais rápido."

Coutinho não descarta a importância do momento de transição que os mercados enfrentam na iminência de decisão do Fed (banco central dos EUA) pelo início do desembarque do programa de compra de títulos mensais de US$ 85 bilhões.

"Tem mais volatilidade. Acho que a volatilidade será cadente e os ajustes que virão são ajustes mais saudáveis do que os anteriores", disse.

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