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5 riscos que não podem sair do radar de quem investe em ações

 | Rafael Matsunaga/Fotos Públicas
(Foto: Rafael Matsunaga/Fotos Públicas)

O crescimento recente do Ibovespa é reflexo de uma retomada da confiança dos agentes financeiros no mercado brasileiro. O indicador de desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo subiu 15% entre 27 de junho e 21 de julho, dia em que o Ibovespa marcou 56.641 pontos, a pontuação mais alta desde maio do ano passado. Apesar de o desempenho da Bovespa dar sinais de que a percepção de riscos ficou bem mais tênue, ainda existem ameaças que devem ser monitoradas pelos investidores.

1. Sobreprecificação de ativos

O mercado pode estar superestimando a velocidade e a retomada do crescimento da economia brasileira e com isso pode estar acontecendo uma distorção do preço dos ativos na bolsa de valores. Na avaliação de Adeodato Netto, chefe de mercado da Eleven Financial Research, o valor das ações hoje está acelerando baseado exclusivamente em expectativas. “É muito importante que os investidores compreendam qual ativo em bolsa estão escolhendo para evitar entrar em ativos sobreprecificados”, orienta.

2. Dificuldades do ajuste fiscal

Um crescimento sólido da economia brasileira depende da aprovação de medidas que garantam o equilíbrio fiscal do país. Entretanto, essas medidas ainda não foram aprovadas no Congresso Nacional e não devem ter uma tramitação fácil no Poder Legislativo. “O mercado está precificando, mas nenhuma medida de ajuste fiscal foi aprovada. O quadro fiscal é muito duro”, avalia Adeodato Netto. Para ele, as medidas de ajuste fiscal encaminhadas pelo presidente interino Michel Temer (PMDB) ao Legislativo devem encontrar resistência, já que os parlamentares “barganham sucessivamente para defender seus interesses e posições”.

3. Impeachment

O cenário de reversão do processo do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) é tratado pelos analistas de mercado como um cenário improvável. Mas o risco de que isso aconteça gera riscos aos investimentos. “É muito improvável que haja qualquer reversão no quadro, mas ainda assim é uma data importante para ficar no alerta. Ao longo de agosto, talvez, uma ou duas semanas antes [da votação do impeachment no Senado] é provável que o mercado volte a ficar tenso”, analisa o diretor de Private Banking do Banco Fator, Rodrigo Marcatti.

4. Eleições americanas

Os especialistas também estão atentos às eleições presidenciais nos Estados Unidos. Os posicionamentos radicais e protecionistas do republicano Donald Trump preocupam os analistas de mercado. “O mercado acha remota a chance de ele ganhar, mas, conforme ele começa a ter chances reais de vitória, isso afeta o mercado. O investidor brasileiro deve ficar atento, porque Trump, de alguma forma, transmite uma insegurança maior para o mercado financeiro global”, diz Rodrigo Marcatti.

5. Lava Jato

Nunca se sabe se haverá entre as empresas envolvidas na Operação Lava Jato alguma companhia de capital aberto. As investigações já afetaram, entre outras, ações da Petrobras, Braskem e BTG Pactual. Para Rodrigo Marcatti, esse risco é imponderável, por isso é preciso tomar cuidado com empresas que possam ter algum tipo de ligação com a Lava Jato. “Alguns setores são mais prejudicados: de construção civil, obras de infraestrutura, empresas que têm participação do governo”, avalia. Esse é um risco a todos os investidores. O próprio procurador Deltan Dallagnol, um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato relatou, segundo o jornal Valor Econômico, ter ações da Petrobras, do BTG e da Queiroz Galvão.

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