Enriquecer é um processo que, na maioria das vezes, leva uma vida de trabalho e persistência. No entanto, uma receita que combina boa fonte de renda, disciplina e dedicação tem sido usada por alguns jovens para conquistar a sonhada meta do primeiro R$ 1 milhão. Segundo especialistas, não existe investimento mágico para atingir o objetivo, mas a fórmula de sucesso vale para qualquer um disposto a poupar e investir.
Segundo o educador financeiro e autor do livro Quero ficar rico, Rafael Seabra, acumular patrimônio depende de três fatores: quantia de investimento mensal, tempo disponível para deixar o dinheiro aplicado e rentabilidade do investimento. “Se o dinheiro é pouco e o tempo é curto, a rentabilidade do investimento precisaria ser muito acima da média, e isso não é garantido nem há como prever”.
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Em um exemplo, Seabra calculou que se uma pessoa tem 18 anos e quer acumular R$ 1 milhão até os 30, precisaria investir mensalmente R$ 1.100 a uma rentabilidade de 2% ao mês. Além dessa rentabilidade ser difícil de ser encontrada (boas aplicações em renda fixa rendem em torno de 1% ao mês), ainda é preciso descontar a inflação e o Imposto de Renda.
Além disso, acumular mais de R$ 1 mil por mês está fora da realidade de muitos brasileiros: a renda média ficou em R$ 2.025 no trimestre encerrado em outubro de 2016, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE. Ou seja, para boa parte da população, isso significaria poupar mais de 50% da renda mensal.
Outro levantamento, do aplicativo de gestão financeira GuiaBolso, mostra o cenário apertado que é realidade de boa parte da população: nas classes C, D e E, mais de 80% dos ganhos estão comprometidos com o pagamento de contas fixas.
Diante disso, Seabra diz que o segredo para poupar é repensar o estilo de vida. “O montante a ser investido é a diferença entre quanto você ganha e quanto você gasta”, diz. Por isso, é preciso encontrar formas de ganhar o máximo possível e gastar o mínimo, maximizando a quantidade de dinheiro que poderá investir. “O mais importante é mudar os hábitos financeiros e se capacitar para aumentar a renda, em vez de procurar um investimento mágico. Isso não existe”.
Segundo o educador financeiro Rafael Seabra, um problema recorrente é que muitos jovens querem alcançar a meta do primeiro milhão em um “passe de mágica”, sem ter disciplina com o próprio orçamento. Ele orienta a acumular o máximo possível enquanto o custo de vida ainda é baixo, quando o jovem ainda mora com os pais, por exemplo.
Para Felipe Macedo, sócio da Messem Investimentos (escritório credenciado a XP Investimentos) e assessor de Cobalchini, o “pulo do gato” de seu cliente foi economizar e estudar investimentos e finanças. “Ele diversificou a carteira e aumentou a rentabilidade mesmo mantendo perfil conservador”.
Hoje, ele investe em debêntures, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), fundos multimercados, Tesouro Direto e ações.
Entrevista: Felipe Macedo, sócio da Messem, empresa credenciada a XP
1. Qual é o primeiro passo que o jovem investidor deve tomar para alcançar o primeiro R$ 1 milhão?
É muito importante que o investidor tenha disciplina com os gastos, crie um plano de ação, além de estudar e debater os investimentos.
2. É preciso fazer investimentos de maior risco? E começar ainda jovem é uma vantagem?
Não é preciso aumentar os riscos. Com os atuais juros altos do Brasil e uma capacidade de poupança elevada, o caminho é abrir mão da liquidez no curto prazo para ter retornos maiores. Começar ainda jovem é vantagem, uma vez que o fator tempo é decisivo na rentabilidade.
3. Qual é a importância da educação financeira nesse processo?
A importância da educação financeira é enorme, uma vez que a informação para qualquer tomada de decisão em investimentos é fundamental. Para isso, é preciso dedicar tempo.
4. Qual é o papel do assessor de investimentos?
Quando o cliente vai trabalhar com um assessor, nós fazemos um perfil de risco do investidor para conhecer suas experiências passadas, o tamanho do patrimônio e os produtos financeiros que ele já tem. Em cima disso, nós fazemos sugestões, mas quem toma as decisões é o cliente.
5.É possível aplicar a mesma fórmula de sucesso para quem ganha pouco e quer começar a investir?
Sim. A única coisa que mudarÁ é o montante. O ato de economizar e estudar onde colocar o dinheiro não exige valor, exige apenas atitude, disciplina e conhecimento. É possível começar economizando de 10% a 20% do salário.
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