O anúncio da liberação dos recursos das contas inativas do FGTS fez com que o mercado financeiro se movimentasse para oferecer linhas de crédito aos seus clientes. O Santander informou no início desta semana que oferecerá o adiantamento em forma de empréstimo, assim como ocorre com a restituição do Imposto de Renda e o 13.º salário.
De acordo com a instituição, os juros serão de 2,59% a 4,59% ao mês e a autorização para a concessão estará condicionada ao limite do crédito pré-aprovado do correntista.
Por enquanto, o Santander é o único a adiantar o dinheiro, mas deve ser seguido por outros bancos. O calendário de liberação dos recursos para contas inativas do FGTS até 31 de dezembro de 2015 será divulgado a partir de fevereiro.
A autorização dos saques foi divulgada no fim do ano passado como parte de um pacote do governo para fomentar a economia e reduzir a inadimplência. Na estimativa da Caixa, a medida alcançará aproximadamente 10 milhões de trabalhadores e concederá R$ 41 bilhões.
Vale a pena antecipar o FGTS das contas inativas?
Para consultores financeiros, recorrer ao fundo antes da sua liberação é vantajoso apenas para emergências ou para a substituição de empréstimos mais caros, como os do rotativo do cartão de crédito, que possui juros de 15,33% ao mês, e do cheque especial, que registrou 12,58% ao mês.
Mas, antes de decidir pela antecipação, tente renegociar as dívidas e avalie os custos de outros tipos de crédito, como o consignado, e se eles são iguais ou inferiores aos cobrados pelo banco para a antecipação dos recursos. Além disso, pesquise em outras instituições os juros praticados para as linhas de empréstimos disponíveis.
Evite adquirir o empréstimo para consumo
Agora, se a motivação for o consumo, a dica é manter o dinheiro do FGTS intocado no fundo. Embora seja baixo, o rendimento dos recursos é de 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR), o que garante ganhos até a data do resgate, enquanto os juros mais baixos oferecidos pela linha são de quase 3% ao mês.
As contas inativas do FGTS que estarão disponíveis para resgate serão aquelas que não recebem aportes desde dezembro de 2015 de trabalhadores que pediram demissão ou que foram mandados embora com justa causa. Hoje, o saque do dinheiro das contas é autorizado apenas para aposentados, trabalhadores demitidos sem justa, aqueles que ficaram mais de três anos na informalidade após sair da empresa ou aos que fizerem o uso do dinheiro para financiamentos imobiliários.
