O Citibank passou a oferecer aos seus correntistas um fundo de investimentos com uma carteira formada apenas por ações de empresas do setor de bebidas. A cesta é composta pelos papeis da AB InBev, Coca-Cola e Starbucks, que são negociados em Nova York e têm o objetivo de replicar os ganhos do conjunto de ações. Mas, mais do que uma opção “criativa” de investimentos, a novidade reflete uma tendência de comportamento dos clientes.
Ainda novos no mercado brasileiro, os fundos de índices (ETFs) e os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) abriram o caminho para que os poupadores apliquem os seus recursos em ações de empresas estrangeiras e diversifiquem as suas posições. “Como a demanda puxa a oferta, os clientes passaram a exigir um certo tipo de investimento e as instituições criaram produtos para esses perfis. Num mundo globalizado e sem fronteiras, os bancos têm permitido que as pessoas comprem ações estrangeiras”, conta o sócio da Toro Investimentos, André Chede.
Entre as opções disponíveis no mercado estão os fundos de investimentos em renda variável ligados ao Índice de Sustentabilidade da Bovespa (ISE), que são oferecidos por grandes instituições de varejo, como o Banco do Brasil e o Itaú; e ativos formados exclusivamente por papeis de negócios de tecnologia, como Google, Apple e Amazon.
Enquanto os ETFs são fundos que têm a meta de replicar a variação de índices setoriais, os COEs são ativos formados por papeis de empresas ou mesmo de moedas estrangeiras e da inflação que, em geral, possuem capital protegido. Isso significa que, se houver perdas, o valor da aplicação inicial é garantido até o vencimento dos títulos.
As taxas de administração costumam ser baixas ou mesmo isentas em alguns casos. Em média, o tíquete inicial viária de R$ 1 mil (ETFs) a R$ 50 mil (COEs), afirma Chede. Já o fundo do Citi é um multimercado, que também possui capital protegido. A aplicação mínima é de R$ 25 mil com taxa de entrada de 2,5% e administração de zero a 0,4% ao ano.
Para o coordenador dos cursos de Gestão Financeira e Comércio Exterior das Faculdades Opet, Jefferson Fischer, as opções de fundos são voltadas para os poupadores com perfil moderado a agressivo, que buscam diversificação e rendimentos acima da renda fixa, mas que estão dispostos a correr maiores riscos. Em geral, as opções são oferecidas para os clientes com perfil private e não devem ultrapassar 20% do patrimônio líquido, alerta Fischer. Os fundos e COEs podem ser encontrados nos bancos e em corretoras independentes.