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Bancos perdem espaço para startups na briga por consumidores digitais

Pedro Conrade, 24 anos, CEO do Neon: “Os bancos não entenderam como fazer esse tipo de negócio”. | Divulgação/
Pedro Conrade, 24 anos, CEO do Neon: “Os bancos não entenderam como fazer esse tipo de negócio”. (Foto: Divulgação/)

Acostumadas com um mercado concentrado desde a década de 1990, as grandes instituições financeiras começaram a encarar novos concorrentes no território digital. Somente neste ano, dois bancos até então desconhecidos passaram a oferecer a possibilidade de abertura de contas totalmente on-line, sem a necessidade de se deslocar a uma agência e encarar filas: o Original e o Neon.

Em resposta a essas iniciativas, as maiores empresas privadas do setor trouxeram à tona projetos para competir nessa frente. O Itaú começou a oferecer em agosto a opção de abertura de conta por meio do aplicativo Abreconta, disponível apenas para celulares da Apple. Já o Bradesco afirmou que a possibilidade está em fase de testes.

Mas, enquanto os serviços bancários tradicionais seguem em caráter experimental, as iniciativas das fintechs, empresas de tecnologia financeira, estão em pleno funcionamento. O Original, por exemplo, está no ar desde o fim de março e pretende atrair dois milhões de clientes em 10 anos. Controlado pela holding do grupo JBS, o negócio foi idealizado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e recebeu R$ 600 milhões em investimentos.

Já o Neon foi inaugurado em julho deste ano a partir da junção da startup Contro.ly, aplicativo de cartões de débito e crédito recarregáveis, e a Neon Pagamentos. A empresa possui uma estrutura enxuta e teve uma injeção de R$ 14 milhões. Com mais de 20 mil clientes, a fintech espera alcançar 100 mil até a metade de 2017.

Com os mesmos serviços que os bancos tradicionais, os negócios on-line oferecem opções de transferência, pagamento e investimentos, tudo pela internet. Nos dois casos, não há anuidade e os saques podem ser feitos em caixas da rede 24 Horas. Já o atendimento é feito por chats presentes nos aplicativos. “Nós somos diferentes porque oferecemos um produto que já nasceu digital. Os bancos não entenderam como fazer esse tipo de negócio. Eles simplesmente lançam aplicativos. Mas o nosso conceito é diferente, porque colocamos o cliente no centro das soluções”, afirma o CEO do Neon, Pedro Conrade, de apenas 24 anos.

Uma diferença que desponta como uma vantagem competitiva das startups frente às instituições tradicionais, avalia o cofundador do polo de inovação Fintechlab, Alexandre Lara. “Os clientes exigem serviços mais transparentes e convenientes, e como as fintechs já nascem com uma flexibilidade operacional diferenciada, elas ficam na dianteira da inovação e do desenvolvimento de novos features.”

Além do atendimento centrado nas necessidades dos consumidores, Lara acredita que a chegada desses novos players abre espaço para a queda dos juros praticados no mercado e para a redução da margem dos bancos.

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