Embora o desfecho da reforma da previdência esteja próximo – a previsão do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o tema, é de votá-lo no dia 8 de maio – e a equipe do presidente Michel Temer já tenha cedido em sete pontos do projeto original, uma coisa é certa: já passou da hora de você garantir a sua própria reserva para a velhice, a partir da renda que possui hoje.
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O primeiro passo para isso é o mesmo para qualquer objetivo financeiro: identificar bem suas receitas e despesas, eliminar as “gorduras” e começar a poupar. A dica aqui, segundo o sócio do Grupo L&S, de educação financeira e assessoria em investimentos, Leandro Ruschel, é “definir uma meta mensal de poupança, que deve ser a primeira despesa do mês, nunca a última.”
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O quanto poupar e por quanto tempo vai depender do orçamento e estilo de vida de cada um. Como já mostramos outras vezes na página de Finanças Pessoais da Gazeta do Povo, quem controla melhor seu orçamento e consegue poupar, independentemente de quanto ganha, é quem tem as melhores condições de investir.
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Dois cálculos possíveis?
Pensando na aposentadoria, Ruschel recomenda, basicamente, dois cálculos: um que garantirá o pagamento das despesas indefinidamente, e que consequentemente exigirá um pé-de-meia inicial maior; e outro que garantirá o orçamento doméstico por um determinado tempo e que demandará uma largada menor.
Como qualquer estudo sobre o futuro, a base das projeções foi o presente. “Digamos que você tenha um custo de vida de R$ 10 mil por mês e que hoje seja possível conseguir um ganho de 6% ao ano sobre a inflação. Nesse caso, a renda necessária, anualizada, seria de R$ 10 mil vezes 12, ou seja, R$ 120 mil”, explica. Para gerar essa renda é preciso [acumular de início] R$ 2 milhões, que é dado pela fórmula R$ 120.000,00/0,06”, explica Ruschel. Esse é o cálculo para quem quer construir um patrimônio suficiente para fazê-lo render indefinidamente e até deixá-lo para os filhos.
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“Quanto menor o seu custo de vida, mais fácil será atingir o objetivo. E quanto maior o retorno sobre os investimentos, também”, pondera ele.
Uma conta menos conservadora envolve a formação de um fundo de reserva que gerará renda apenas para um certo período. Considerando o mesmo custo de vida, R$ 10 mil , e a tabela atuarial do IBGE, que indica que uma pessoa com 50 anos de idade hoje viverá, em média, mais 27 anos, o montante inicial para manter essa pessoa na velhice teria de ser um pouco menor que o do primeiro cálculo: R$ 1,8 milhão.
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Dinheiro demais?
Achou um pé-de-meia na faixa do R$ 1 milhão muito dinheiro? Ruschel ressalta que os cálculos foram feitos com base na média de custo de vida dos clientes do Grupo L&S, mas que valem para qualquer faixa de renda. “De qualquer forma, é preciso alertar o leitor sobre a importância de poupar desde cedo. E para quem deixou para mais tarde, é importante fazer desde agora. A matemática financeira é implacável, se você não formar uma poupança para a aposentadoria, terá de obrigatoriamente cortar gastos e se adequar a realidade”, afirma ele.
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Há ainda um ingrediente a mais nessa conta: a reserva básica, para despesas emergenciais ou para o caso da perda de emprego, que os especialistas em finanças e economistas sempre recomendam. Essa reserva deve ser equivalente a, pelo menos, três a seis salários mínimos. E tal reserva deve ficar separada, aplicada em investimentos de maior liquidez que a poupança, ou seja, permitem saques a qualquer momento, “como um bom fundo DI [que acompanham a taxa básica de juros”, lembra Ruschel.
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Dica final é fugir da poupança
Dado o desafio de poupar e investir para uma boa aposentadoria, o único atalho possível nessa tarefa é procurar as melhores aplicações. E isso, segundo os analistas consultados pela reportagem, significa, fugir da poupança.
Títulos do Tesouro Direto, com investimentos a partir de R$ 30, são uma ótima opção para começar a mudar os hábitos de investimento. Uma aplicação em um título público tem rendido cerca de 0,9% ao mês, acima dos 0,5% da poupança.
Para quem pode esperar um prazo mais longo, mais de cinco anos, uma opção dentro do Tesou ro são os títulos IPCA 2024. Esses títulos remuneram a inflação do período e mais uma taxa predefinida que está em torno de 6% ao ano.
A poupança, aliás, só voltará a ter alguma “credibilidade” em termos de investimentos, quando os juros caírem muito mais, para 8% ou 7%.
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