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FINANÇAS PESSOAIS

Crise da Oi traz alerta sobre carteiras dos fundos de investimento

Parte dos 65,4 bilhões em dívidas da empresa está concentrada em carteiras de renda fixa, que são amplamente oferecidas pelos bancos

 | Antônio More/Gazeta do Povo
(Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

Pedidos de falência e recuperação judicial de grandes empresas, como a companhia de telefonia Oi, podem ter efeitos sobre o rendimento de fundos de investimentos amplamente oferecidos por gerentes de bancos. Parte da aplicação feita pelos gestores pode ser direcionada a títulos de dívida privada, emitidos pelas empresas para captar dinheiro no mercado.

No caso da Oi, a dívida total é de R$ 65,4 bilhões. Segundo dados da consultoria Economática, a companhia tinha R$ 519,1 milhões em ativos dentro de carteiras abertas. Isso trouxe à luz um importante alerta: é preciso saber para onde exatamente está indo seu dinheiro investido, mesmo em aplicações em fundos.

O professor de finanças do ISAE/FGV Marco Cunha explica que fundos de renda fixa administrados por bancos e gestoras podem adquirir debêntures, que são títulos de dívidas emitidos por empresas. Acontece que quando estas empresas não vão bem, os fundos também são afetados.

E o que é necessário para investir de forma mais segura? Ao que tudo indica, a saída é prezar pela transparência. O coordenador do curso EAD em Finanças Pessoais da Universidade Positivo Raphael Cordeiro esclarece que, antes de comprar a parcela de um fundo, é bom consultar a carteira com os nomes das empresas que a integram. Segundo Raphael, estes dados podem ser obtidos nos próprios bancos em que se faz o investimento, além de estarem disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é atualizado a cada três meses.

O passo seguinte, de acordo com o especialista, é avaliar os índices das instituições listadas. Detalhes, como o histórico de crescimento, a credibilidade e os atuais gestores devem ser analisados com cautela, de preferência, com o apoio de um consultor financeiro.

Encontrar um bom profissional de finanças é outra tarefa importante. Orientações podem ser conseguidas nos bancos ou com consultores contratados. A embaixadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF) no Paraná, Fernanda Garcia, orienta que se recorra a consultores que possuam certificações, como o Certified Financial Planner (CFP), pois isso tende a assegurar a qualificação do prestador de serviços.

Fernanda acrescenta que não existe uma receita pronta para investir bem e que, antes mesmo de buscar as coordenadas de um especialista, o investidor deve definir suas perspectivas e anseios quanto ao que vai aplicar. “É indispensável se certificar de aspectos como o prazo que se tem para investir, os objetivos da operação e a quantia disponível em caixa”.

Informação é fundamental

A professora Ana Paula Mussi Szabo Cherobim, Diretora do setor de Ciências Sociais Aplicadas da UFPR, classifica os investidores em dois grandes perfis: os com muito dinheiro e conhecimento, que, em geral, se lançam a operações de riscos maiores, como aplicações na Bolsa de Valores, e os inexperientes e com menos dinheiro, que tendem a ser mais moderados em suas aplicações, buscando sempre o menor risco. Ela salienta que a estes que ainda têm pouco domínio de mercado não faltam fontes de informações. “Sites, como o da Bolsa de Valores, do Tesouro Direto e do Banco Central, disponibilizam cursos online sobre o assunto. Mas é preciso estudar muito”.

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