Após a disparada de 5% na quinta-feira (10), o dólar comercial chegou a subir 3,5% nesta sexta-feira, sendo cotado a R$ 3,476 no fim da manhã. À tarde, a pressão sobre o câmbio perdeu um pouco de força e, às 15h, a cotação da moeda americana estava R$ 3,42, alta de 1,8%.
Os investidores estrangeiros estão desmontando posições, comprando divisa e remetendo recursos para o exterior. A valorização se mantém mesmo após o leilão, feito pelo Banco Central pouco antes do meio-dia, de 15 mil contratos de swap tradicional (US$ 750 milhões), equivalente à venda futura de dólares. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda de 3,22%, .
“O leilão foi de rolagem não tem grande impacto no mercado. É apenas a primeira ferramenta a ser usada. O próximo passo, se o BC julgar necessário, é leilão de swaps novo, ou seja, de dinheiro novo”, diz Ítalo Abucater, gerente de câmbio da Icap do Brasil, destacando que o mercado brasileiro segue o global, com maior estresse após o horário de abertura dos negócios nos EUA, por volta de meio-dia no horário local. “Os movimentos se acentuam a partir daí. “
O especialista lembra que o “ataque” às moedas é global, com receios das tendências protecionistas do novo presidente americano. Abucater frisa ainda que, antes da vitória de Trump, o real tinha uma “gordura” em relação a outros emergentes, mas o diferencial, agora, já é pequeno. A rúpia, da Indonésia, caiu 3%, para seu menor patamar em cinco meses, levando o BC do país a intervir. O ringgit, da Malásia, perde 1,44% e está no menor nível desde janeiro. A rúpia indiana perdeu 0,7%, ao menor valor em mais de dois meses, e o BC do país passou a vender dólares. O peso mexicano perdeu 2,62% Outros emergentes também recuam: o o won sul-coreano, o randi sul-africano e o zloty polonês caíram mais de 1%.
Ontem, ainda sob o efeito da vitória de Donald Trump na corrida presidencial americana, o dólar teve forte valorização e chegou a avançar 5,6%, a R$ 3,391, para ceder um pouco no fim dos negócios e fechar a R$ 3,360, com alta de 4,64%. Foi a maior alta da moeda desde 22 de outubro de 2008, quando disparou 6,68% no meio da crise financeira global. A última vez que a moeda americana alcançou este patamar foi em 27 de junho, quando encerrou o dia em R$ 3,393. Diante da possibilidade de elevação de juros nos EUA, que significaria fim da linha para o dinheiro barato que vinha ajudando a fortalecer moedas de países emergentes como o real brasileiro, investidores passaram a retirar seus recursos do país. Além disso, houve fluxos de saída para cobrir prejuízos em outras partes do mundo.
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