Os Certificados de Operações Estruturadas (COE) são uma alternativa para os investidores que querem diversificar a carteira e aplicar em produtos de renda variável, como ações e câmbio, ou ter acesso a produtos que antes eram de difícil alcance, como commodities e ações estrangeiras.
Criados há dois anos, os títulos somaram 74.143 emissões de 2014 para cá. Destas, 59% tiveram rendimento acima da taxa DI – que tem variação próxima da Selic –, conforme levantamento da Cetip, empresa prestadora de serviços financeiros.
Emitidos apenas pelos bancos, os COEs estão disponíveis em 17 instituições financeiras. O tíquete médio gira em torno dos R$ 85 mil, mas é possível achar certificados com valor iniciais a partir dos R$ 15 mil.
Embora as carteiras sejam compostas por produtos de renda variável, o superintendente de Produtos da Cetip, Fábio Zenaro, afirma que a regulamentação empregada é a mesma dos títulos de renda fixa. “Os COEs têm características das duas modalidades. A tributação é a mesma da renda fixa, com o Imposto de Renda com alíquota regressiva. Mas a remuneração é variável.”
Zenaro declara que a maioria dos certificados (93,6%) é de capital garantido, o que significa que, caso os papeis não apresentem rendimento ou tenham retração, o investidor receberá de volta todo o dinheiro do aporte inicial.
Os papeis também não possuem taxa de administração e o período de carência muda conforme a instituição emissora. Entretanto, ele complementa que pelo perfil do investimento, os aplicadores costumam mantê-los até o período de vencimento, que vai dos 90 aos 720 dias.
“O normal é que o produto seja levado até o vencimento, mas caso o investidor queira sair antes é possível. O único porém é que, neste caso, ele terá de negociá-lo conforme o preço oferecido pelo banco”, conta Zenaro.
Risco
Segundo o superintendente da Cetip, o nível de risco apresentado pelos COEs depende da estrutura. Logo, os títulos formados apenas por ações de uma empresa específica podem apresentar mais chances de perdas do que os atrelados à inflação, por exemplo.
Mesmo com essa característica, Zenaro ressalta que antes de serem negociados, os certificados devem seguir a regulamentação 4263 do Conselho Monetário Nacional, que exige que as instituições avaliem se o perfil do cliente está de acordo com os riscos apresentados pelo produto. “Tudo depende da estrutura oferecida. Mas, no final das contas, o importante é que o título se adeque ao perfil de risco do comprador”, acrescenta ele.
Os certificados podem ser vendidos tanto como cestas, que tenham diferentes tipos de ativos, até ações de apenas uma empresa, independente de ela ser nacional ou estrangeira.
Apesar de os papeis não terem uma previsão específica de aumento das emissão para este ano, Zenaro avalia que a tendência que eles sigam uma trajetória de crescimento a medida em que os clientes conheçam mais o investimento.
“Com a situação atual dos juros, competir com aplicações que deem 14% de retorno é um desafio. Por isso, vemos o COE como uma opção de composição do portfólio que tem o potencial de trazer uma remuneração maior que o CDI.”
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