A previsão de inflação alta nos próximos anos torna os fundos renda fixa do tipo índice uma opção atrativa aos aplicadores que querem proteger o patrimônio contra as variações dos preços.
Enquanto o IPCA alcançou no acumulado dos últimos 12 meses 9,28%, o IMA-B, taxa de referência para o rendimento dos fundos, teve um salto de 16,79% no mesmo período, conforme a Associação Brasileira dos Mercados de Capitais (Anbima). O valor ficou acima da taxa DI, que tem como base a Selic e serve para remunerar a maior parte dos ativos de renda fixa. Nos últimos 12 meses, o indicador cresceu 14,14%.
Composto principalmente por papeis do Tesouro Direto IPCA+ -- as antigas NTN-Bs --, os fundos de inflação procuram replicar os retornos dados por esses títulos. Por terem em seu portfólio por papeis da dívida pública, considerados de baixíssimo risco, os ativos se encaixam no perfil de investidores conservadores, com objetivos de longo prazo e que procuram diversificar as carteiras, avaliam consultores financeiros. Mas, em alguns cenários, os fundos podem apresentar retornos abaixo de outras aplicações de renda fixa.
Quando há expectativa de queda dos juros, a remuneração tende a cair. Isso por que o retorno é definido por duas variáveis: a inflação e a Selic. Logo, quando a taxa básica desce, o percentual fixo a ser pago pelos títulos segue a mesma trajetória.
“Os fundos não oferecem risco de crédito, mas sim de mercado, porque conforme os juros variam as taxas pagas também oscilam”, afirma a consultora de investimentos da Órama, Sandra Blanco.
Custos
Os investidores devem ficar atentos para as taxas que incidem sobre os fundos de inflação. As aplicações têm incidência do Imposto de Renda regressivo, que vai de 22,5%, para seis meses, a 15%, para dois anos ou mais. Resgates em até 30 dias após a aplicação também tem cobrança do IOF. As taxas de administração variam de 0,3% a 2% ao ano, com aportes iniciais a partir de R$ 50.
A última previsão do boletim Focus, do Banco Central, prevê que até o fim deste ano o IPCA ficará em 7,56% e em 2017 em 6%. Já a perspectiva é que as taxas de juros fechem em 12,88% em 2016 e em 11,25% no ano que vem. “Ao analisar o longo prazo, os fundos ficam muito próximos da DI, o que os torna uma opção para diversificar os investimentos e ter boa liquidez”, acrescenta Sandra. Os saques podem ser feitos diariamente.
O coordenador de Gestão Financeira da Faculdade Opet, Jefferson Fischer, conta que os fundos podem oferecer retornos menores quando as taxa de juros, principal ferramenta para conter a inflação, são mantidas baixas de maneira artificial, fazendo com que os índices de preços percam para a Selic.
Além disso, o poupador corre o risco de perder dinheiro quando os investimentos são resgatados antes do vencimento dos títulos que compõem os ativos. “Os papeis que compõem esses fundos têm alta volatilidade. Por isso, para não correr o risco de perder dinheiro, o melhor é esperar”, considera. Por isso, é importante conhecer a composição dos fundos.
Em geral, os fundos têm uma gestão passiva, o que faz com que comprem e recomprem títulos para manter a rentabilidade próxima do índice de inflação, sem que haja uma meta de “bater” o índice.
Os fundos (de inflação) não oferecem risco de crédito, mas sim de mercado, porque conforme os juros variam as taxas pagas também oscilam.
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