Mais arrojados que os fundos de renda fixa e mais seguros que os ativos de renda variável, como as ações. Essa é a definição dos analistas para os chamados fundos de multimercado. Embora existam hoje centenas desses fundos, com as mais diferentes composições, a explicação usual para os multimercado é que eles combinam ativos de diferentes perfis para buscar o melhor equilíbrio entre ganhos e riscos.
Em outras palavras, são fundos que ficam na mão de um gestor (banco, corretora ou boutique de investimento), que vai, constantemente, buscar os melhores resultados. Essa característica diante da sinalização de um período de estabilidade na economia, com a inflação e a taxa básica de juros em queda – a previsão do último Boletim Focus é de que a Selic termine 2017 a 9,25% ao ano –, fazem com que os fundos multimercado passem a ser uma opção de investimento novamente. Ideal ou não, vai depender do perfil do investidor. “Há centenas de fundos de multimercado hoje, mas eu diria que dentre eles é possível encontrar os de perfil mais conservador, moderado e arrojado”, explica o analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech.
Confira a evolução dos fundos multimercado nos últimos três anos
Os fundos de multimercado macro, por exemplo, têm um mix de produtos baseado numa projeção econômica e tendem a ser um tipo mais conservador dessa classe de investimentos. O gestor só mexerá na composição do fundo se entender que as projeções macroeconômicas mudaram e isso não costuma acontecer da noite para o dia.
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Quais as características dos fundos multimercado
Embora, em tese, mais seguros que produtos de renda variável, esses fundos são mais arriscados que os fundos DI, tradicionalmente oferecidos pelos bancos. Por isso exigem uma análise um pouco mais apurada do investidor e merecem ser apenas uma das apostas na cesta de investimento.
As informações básicas desses fundos vêm no prospecto divulgado ao mercado, também chamado de lâmina pelos gestores. É ali que estão detalhes como o nome do gestor, os ativos que o compõem, o histórico de rentabilidade e captação líquida, além do atual patrimônio líquido do fundo, entre outros aspectos. O ideal é sempre olhar o comportamento do fundo ao longo do tempo. Veja se houve instabilidade de ganhos ao longo do tempo, desempenhos positivos e negativos.
Para ter ideia se o fundo de determinada categoria é bom ou não, o investidor preciso compará-lo com o benchmark, ou indicador referência de cada tipo de ativo. No caso dos fundos multimercado, mesmo sendo compostos por um mix de ativos, o indicador mais utilizado é o CDI. Os analistas também recomendam que o investidor avalie, no mínimo, um período de três anos de cada fundo de multimercado de forma a escolher o melhor.
À semelhança dos fundos de investimentos mais tradicionais, não contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), mas possuem um mecanismo de segurança que os protegem de simplesmente desaparecer: caso a gestora venha a quebrar, esse fundo vai a leilão e vai ser adquirido por outra instituição financeira, o que garantirá sua existência e o patrimônio ali contido. Também como os fundos mais tradicionais, os de multimercado também descontam o Imposto de Renda sobre os ganhos a cada semestre.
Custo dos fundos multimercado
Como exigem gestores mais ativos e qualificados, em geral têm uma taxa de administração mais cara que os fundos DI, por exemplo. Além disso, é cobrada uma taxa de performance dos gestores. “[O custo seria de] Uma taxa média de 1,5% ao ano mais uma taxa de performance de 20% sobre o que exceder [dos rendimentos] no período do CDI”, diz Indech. Exemplo: se o rendimento foi de R$ 1 mil e o CDI tenha rendido R$ 300 no mesmo período, os 20% da taxa de performance incidirão sobre R$ 700. A taxa de performance é cobrada após todos os outros descontos, como imposto de renda e taxa de administração.
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