| Foto: Pixabay/Creative Commons

Férias escolares. Para as crianças, tempo de descansar. Para os adultos, é qualquer coisa menos descanso. Quem não tem filhos simplesmente foge dos passeios e viagens de alta temporada – preferem pagar menos e, obviamente, evitar as filas e o caos dos períodos em que pais estressados lutam para manter seu rebanho entretido. Já quem tem filhos vê essa fase como um verdadeiro teste de estresse, tanto psicológico quanto financeiro.

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Tenho três filhos e não questiono a tensão desse período. Sim, crianças precisam descarregar a energia normalmente consumida pela escola. E entretê-las não é fácil. Mas, pais, acreditem: o resultado das férias para seu bolso e para sua saúde são proporcionais ao tempo dedicado para planejar esse período.

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Analisemos primeiro a questão financeira. Férias custam caro? Não necessariamente. Dinheiro é aquilo que convenientemente usamos quando falta a criatividade. Uma sessão de cinema pode custar cerca de R$ 30 ou mais por cabeça, quando incluída a bebida e a pipoca. Mas, uma sessão divertida de cinema em casa pode custar menos do que R$ 20 para um grande grupo de crianças, desde que se faça uma boa escolha do filme, da pipoca, do bolo caseiro e de mais duas ou três atividades pensadas para esse grupo. O mesmo raciocínio vale para trocar o parque de diversões pago por uma tarde de diversões no parque gratuito, ou a atração paga do shopping pelas atividades gratuitas organizadas pela prefeitura.

Aí entra a questão da saúde mental. Como criar atividades consumidoras de energia infantil para um mês inteiro de férias? Aqui adotamos a mesma solução que tem ajudado as famílias a lidar com os recentes aumentos de preços: compre em atacado. Ou melhor, atue em atacado. Se é preocupação de todos os pais buscar atividades para seus filhos ou perder dias de trabalho para visitar determinadas atrações, por que não compartilhar e revezar essa preocupação com outros pais que, de dois em dois, acompanhem e criem atividades para grupos de 8 a 10 crianças?

O estresse continua sendo grande, mas, convenhamos, esse rodízio traz também grandes vantagens para o bolso. Pais que trabalham fora de casa não precisam consumir 100% de sua cota de férias no mesmo período dos filhos, a desarrumação da casa acontece apenas uma vez por semana, o cardápio dos lanches varia mais e o custo de cada reunião de crianças é dividido entre as famílias.

As atividades pagas, sempre interessantes, podem ser deixadas como opção para os dias em que a chuva ou outros imprevistos inviabilizem as atividades gratuitas. Nesse caso, é interessante manter uma reserva preventiva para imprevistos na agenda criativa.

Do ponto de vista educacional, férias criativas são mais envolventes e uma oportunidade de exemplificar aos filhos os resultados de um bom planejamento. Do ponto de vista financeiro, o tempo dedicado a atividades sem custo não deixa de ser uma forma de trabalho, já que dá um fôlego ao orçamento da família. Descanso durante as férias deles? Esqueça!

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* Gustavo Cerbasi (gustavocerbasi.com.br) é especialista em inteligência financeira.
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]