Em abril deste ano, mês de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, as operações do Tesouro Direto foram suspensas em 14 dos 21 dias úteis do mês. O recorde foi na semana em que os deputados votaram pelo impeachment, quando não houve um dia sequer em que o Tesouro não restringisse a venda dos títulos.
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Mas, por que isso acontece? De acordo com o Tesouro, a comercialização dos papéis é suspensa quando há forte instabilidade nos juros futuros. O mercado tenta “adivinhar” constantemente como a taxa básica, a Selic, vai se comportar no futuro. Em momentos de estresse, quando há confiança menor na capacidade da política econômica segurar a inflação, os juros sobem. Quando o mercado passa a acreditar que a política vai segurar a inflação, eles caem.
Foi o que ocorrem com o impeachment. O mercado de maneira geral vê na mudança de governo uma oportunidade para a política econômica fazer ajustes que, no fim, levarão à queda dos juros. Por isso a oscilação forte em abril. Antes de o impeachment andar, a aposta era que a Selic continuaria em 14,25% ao ano por um tempo longo. Agora, acredita-se que ela vai cair já no segundo semestre.
A Selic, base para a remuneração, tem influência direta sobre os valores pagos pelos títulos, que podem ser pós-fixados (quando seguem as variações da taxa ao longo de um certo período) ou prefixados (quando são predefinidas a partir da expectativa dos juros).
O Tesouro explica que, em momentos de volatilidade, os investidores que quiserem vender os títulos no mercado secundário podem perder com essas operações, tendo um retorno defasado. Mas há também o outro lado, já que o governo também tem ganhos menores se os papéis forem vendidos por preços abaixo do mercado.
Os títulos do Tesouro Direto são negociados das 9h às 18h, com atualização de valor três vezes ano dia.
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