O famoso “sonho americano”, que atraiu milhões de imigrantes para os Estados Unidos no século 20, voltou a seduzir brasileiros que têm uma boa soma em dinheiro e o desejo de morar na terra do Tio Sam. Para isso, uma das possibilidades é obter o Green Card EB-5, o visto permanente para investidores dispostos a aportar entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão em solo americano.
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O programa foi criado para direcionar investimentos estrangeiros para regiões menos desenvolvidas nos EUA, onde o índice de desemprego é maior. O valor do aporte varia conforme a área escolhida, sendo mais barato para as que carecem de investimento.
O candidato ao EB-5 tem duas opções de investimento. Na primeira, mais cara, propõe-se um negócio próprio para ser gerido pessoalmente. Neste caso, é preciso morar na cidade do empreendimento e gerar no mínimo dez empregos diretos em até dois anos.
A segunda opção, de menor custo, funciona como um investimento passivo em um projeto oferecido por Centros Regionais, como uma franquia de lanchonete ou financiamento para construção de fábricas. Neste caso, o candidato não participa da gestão e os empregos indiretos também são computados.
“É mais seguro ser um investidor passivo, pois há muitas particularidades de como se fazer negócios nos Estados Unidos que desconhecemos, o que aumenta os riscos”, diz Daniel Rosenthal, diretor da Investir USA Expo, evento voltado para investidores interessados nos EUA, que acontece em novembro, em Curitiba.
Alta procura
A procura dos brasileiros pelo EB-5 vem crescendo desde o ano passado. Na Oxford, enquanto a antiga média era de dois pedidos de brasileiros por ano, hoje são mais de dez por mês. Em 2014, foram emitidos 30 vistos para brasileiros. Para este ano, a LCR estima que no Brasil o número de candidatos habilitados a aderir ao EB-5 seja de aproximadamente 150. “As pessoas estão fazendo isso principalmente pelos filhos, já que não encontram boas perspectivas no Brasil”, diz Ilka Komats, gerente nacional da LCR Capital Partners.
Risco
A previsão de retorno do investimento fica entre cinco e sete anos, no entanto, a recomendação é que o aporte seja feito como uma maneira de adquirir o Green Card e não de obter retorno financeiro.
“É indicado para quem tem o valor sobrando e vê o visto permanente como prioridade, pois existe risco no investimento e não há retorno imediato”, explica Ilka Komatsu, gerente nacional da LCR Capital Partners, que há um ano orienta brasileiros interessados na obtenção do EB-5. Atualmente, a empresa administra US$ 12 milhões de investimentos cadastrados EB-5 atrelados à rede Dunkin’ Donuts.
Prazo
O processo desde a candidatura até a emissão do visto condicional leva até 14 meses.
“A parte burocrática é bem trabalhosa, e requer a atenção de um advogado experiente. Um projeto próprio pode chegar a mil páginas”, diz Carlo Barbieri, presidente da Oxford, consultoria brasileira nos Estados Unidos.
Num primeiro momento são avaliados a comprovação da origem do dinheiro e o projeto de negócio.
Dois anos após o investimento, se comprovada a geração de empregos, o visto permanente é concedido, podendo se estender também ao cônjuge e a filhos de até 21 anos.
Serviço
Data: 20 e 21 de novembro de 2015
Local: Hotel Radisson - Av. Sete de Setembro, 5190
Informações: www.investirusaexpo.com
Congresso americano decidirá novas regras em setembro
Em setembro, o congresso norte-americano deve votar vários ajustes no EB-5, inclusive sua renovação. Sem caráter permanente, o programa pode ser renovado e ter suas regras alteradas. “Ele vai conforme a lei da oferta e da procura. Os EUA estavam precisando de investimento antes. Agora, com o desempenho da economia americana, o cenário mudou”, diz Daniel Rosenthal.
Entre os vários ajustes propostos para a votação está o aumento na cota mínima de investimento de U$ 500 mil para U$ 800 mil, com máximo estendido para U$ 1,2 milhão.
Segundo Carlo Barbieri, presidente do Oxford Group, espera-se certa paralisia após a votação. “Depende do que a lei vier a estabelecer para projetos já aprovados no valor atual. Não está claro ainda o que sairá na mudança. De qualquer maneira, a opção por investir em uma moeda forte é sempre positiva”, diz.
Desde sua criação, o programa já abriu 150 mil vagas de emprego nos Estados Unidos e forneceu aproximadamente 18 mil Green Cards para estrangeiros.