A manutenção da taxa Selic em 14,25% e a previsão de que a inflação oficial ( IPCA) fechará o ano em 9,85% – com tendência a ultrapassar a meta de 4,5% em 2016 – sinalizam que os juros não irão cair tão cedo. Um cenário ideal para se investir na renda fixa.
A principal vantagem destas aplicações é a vinculação dos rendimentos à Selic, que deverá se manter acima dos 12% até o fim de 2016. Na prática, os ganhos com Tesouro Direto, Crédito de Depósito Bancário (CDB) e outros fundos de renda fixa são maiores que os da poupança, que rende até 6,15%.
“Quando o investidor tem algum dinheiro sobrando, ele precisa colocar em aplicações que mantenham o poder de compra. Se a projeção de inflação hoje está acima dos 9%, qualquer investimento abaixo disso não representará um ganho real”, diz o gerente de investimentos da Central Sicredi de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, Adilson Félix.
Títulos da dívida
Uma das sugestões é recorrer ao Tesouro Direto, títulos da dívida da União que, mesmo com a cobrança de Imposto de Renda – que varia de 22,5% a 15% –, ainda são bastante atraentes.
Para ter acesso aos papéis, o investidor deve ter uma conta numa corretora de valores. Para a gestão do dinheiro, as empresas cobram uma taxa de custódia, que, em média, é de 0,4% ao ano. Aos mais desconfiados, porém, Félix garante que as agências são constantemente fiscalizadas.
“O Tesouro é uma opção muito flexível. Você pode comprar e vender títulos a qualquer hora e ficar com eles por uma semana ou esperar pelo vencimento”, acrescenta o economista.
Há diferentes tipos de papéis, que podem ser pré-fixados – quando o cliente sabe exatamente quanto receberá ao final – e pós-fixados – que dependem da variação das taxas atreladas ao rendimento. Aos pequenos investidores com até R$ 20 mil disponíveis, a consultora de investimentos da Órama Sandra Blanco recomenda colocar ao menos 50% do dinheiro no Tesouro Selic, título pós-fixado que segue a variação da taxa de juros.
“Mas quem tem um capital mais robusto e busca por diversificação pode aplicar em títulos pré-fixados. O Tesouro é seguro, mas nos últimos anos se viu uma grande volatilidade nos pré-fixados, que têm o vencimento mais longo, como 2030 e 2050” alerta.