Em um momento de dificuldade para negociar a isenção das taxas do cartão de crédito, a pergunta que fica é: o valor pago pela anuidade compensa? Para responder a questão, consultores financeiros avaliam que o cliente deve ponderar se os benefícios são aproveitados por ele. “Essa é uma questão individual, que passa pelo valor dado a esses serviços e envolve mais do que o preço pago pelo cartão”, diz o planejador financeiro Valter Police Júnior.
Via de regra, os bancos dão aos usuários a opção de acumular pontos a cada dólar gasto, que são convertidos em milhas aéreas ou em crédito para a compra de produtos. Mas há também outras facilidades, como descontos em cinemas e a cobertura de seguros em viagens ao exterior.
Os serviços e anuidades, porém, dependem da renda do cliente e da relação com o banco. “Isso é algo normal, porque passa pela reciprocidade. Quanto mais estreita é a relação, maiores são os benefícios. E, quando o uso do cartão é frequente, a tendência é que haja a isenção da taxa”, diz o planejador.
Produtos isentos de anuidade
Os produtos com isenção na tarifa oferecem uma opção a quem quer fugir da anuidade. Mas eles também têm exigências. O Nubank, fornecido por uma startup, só pode ser adquirido via convite e aprovação de crédito. Para o Santander Free, o cliente deve realizar ao menos uma compra por mês. Para o consultor Valter Police Júnior é preciso avaliar se o contratante dará a contrapartida necessária. “O cartão Free passa pelo uso frequente dele, enquanto que o Nubank se encaixa para quem gosta de modernidade, já que todos os processos, da abertura ao controle da conta, são feitos via mobile.”
Uma conta que pode ajudar a mensurar o retorno trazido pela anuidade é calcular quantos reais é preciso gastar para uma quantia mínima de milhas para uma passagem aérea. Para quem tem uma renda de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil, as bandeiras costumam fornecer uma milha para cada dólar. Mas usuários com renda mais elevada podem ganhar duas milhas por dólar ou até mais .
Em um dos bancos pesquisados, para obter 5 mil milhas – média necessária para uma viagem de Curitiba a São Paulo –, o consumidor com um cartão que dê uma milha por dólar deverá comprar R$ 20 mil no crédito, considerando-se o câmbio a uma média de R$ 4. Na data consultada, porém, essa mesma passagem custava em torno de R$ 200.
Para o consultor financeiro Erasmo Vieira, aos consumidores que usam o cartão até três vezes por mês e possuem uma renda mais baixa a dica é procurar por alternativas isentas de tarifa, como o Nubank, outros bancos e cooperativas de crédito. “Para quem gasta pouco, estas opções são mais interessantes. E o limite oferecido não é reduzido, desde que o cliente use o cartão com regularidade.” Por outro lado, aos consumidores que tenham renda alta e consumo elevado, Vieira considera que a anuidade pode compensar pelas milhas acumuladas.
Police acrescenta que o usuário deve analisar também se os benefícios são do seu interesse. “Se os pontos gerarem milhas suficientes para uma viagem, é preciso se perguntar: eu compraria esta passagem? Se sim, quantos pontos seriam necessários acumular para esta viagem? Quanto ela custaria se fosse comprá-la?”
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Teólogo pró-Lula sugere que igrejas agradeçam a Deus pelo “livramento do golpe”
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Deixe sua opinião