Com uma crise econômica ainda sem prazo para terminar, o desemprego bate à porta dos brasileiros. Entre os meses de maio e julho, o índice de desocupação era de 8,6%, ou 8,6 milhões de pessoas no país, conforme levantamento do IBGE.
Diante deste cenário nebuloso, é importante estar preparado para o pior e não correr o risco de deixar as contas no vermelho.
O educador e coach financeiro da editora DSOP Silvio Bianchi afirma que a primeira dica neste momento é manter uma reserva emergencial de dinheiro.
Segundo ele, o ideal é que esse colchão corresponda ao valor dos gastos de um ano, já que muitas vezes o profissional não sabe quanto tempo levará para se recolocar no mercado.
Na estimativa da executiva de operações da RH Nossa, Rosa Maria Norberto, para trabalhadores com preparo e experiência nas áreas em que atuam, esse prazo é em média de seis meses.
Para aqueles que ainda não começaram a economizar, Bianchi recomenda fazer uma “faxina financeira”, que consiste em lançar numa planilha os ganhos líquidos – renda menos gastos –numa planilha por 30 dias, no caso dos trabalhadores formais, e 90 dias, dos autônomos.
As despesas devem ser divididas em categorias para se ter uma melhor perspectiva de como o dinheiro é usado. Feito isso, é preciso então dividir o que é supérfluo do que não é e cortar os “desperdícios” do orçamento. Em seguida, o coach sugere que se estabeleçam metas e que se calcule quanto é possível guardar todo mês.
Dívidas
Entretanto, há casos de pessoas que, sem esperar por um cenário tão adverso há alguns anos, contraíram dívidas de longo prazo, parcelando carros e imóveis.
Aos credores com um orçamento mais apertado, Bianchi reforça que negociem a redução dos juros das parcelas para evitar problemas futuros.
Mas é preciso estar atento a um detalhe: “muita gente tenta adiantar as parcelas para finalizar o pagamento. Mas o melhor é diminuir o valor dos juros em vez de quitar os últimos meses”.
Outro ponto é investir em aplicações financeiras que tragam maior retorno aos poupadores.
Com a caderneta de poupança apresentando um rendimento abaixo da inflação, o que representa perda para os investidores, o coordenador do curso de Economia da Universidade Positivo, Lucas Dezordi, indica que os trabalhadores procurem por opções mais seguras e que sejam fáceis de se recorrer a qualquer momento, sem dificuldades para sacar.
Entre elas estão o Crédito de Depósito Bancário (CDB), que são oferecidos pelos bancos e apresentam rendimentos próximos dos 14% ao ano, índice pago pela taxa básica de juros; e os títulos do Tesouro Direto, papéis da dívida da União, que estão protegidos da inflação e possuem opções atreladas à Selic.
Além disso, as duas têm como vantagem o fato de serem protegidas pelo Fundo Garantidor de Crédito, o que significa que se a aplicação for de até R$ 250 mil, o investidor recebe o dinheiro de volta em caso de calote.