A previdência privada pode ser uma boa alternativa de investimento para famílias que têm planos para o futuro educacional dos filhos, netos ou sobrinhos. Com planos específicos para menores, as instituições permitem colocar o jovem como beneficiário ou titular e atraem investidores principalmente com as vantagens tributárias da previdência no longo prazo.
De acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), a arrecadação dos planos para jovens cresceu 5% em maio deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, e a reserva para menores cresceu 9,6% no mesmo período. “Caso os filhos sejam pequenos, o casal tem tempo para se planejar e poupar recursos que, no montante, podem ficar bastante expressivos e dar sustentação a uma fase que demanda muito gasto, especialmente se lá na frente a faculdade for particular”, diz o educador e consultor financeiro Phillip Souza.
Quanto antes a família der início ao aporte, mais poderá se beneficiar do plano de previdência, sempre indicado para médio e longo prazos, devido ao acúmulo de juros sobre juros. No entanto, é preciso avaliar algumas questões antes de eleger o investimento. Via de regra, a previdência costuma ser uma aplicação cara e, além das altas taxas de administração e entrada, a elevada inflação que o país vive prejudica a rentabilidade bruta da aplicação. Além disso, é preciso ter um objetivo claro com relação ao prazo da aplicação, já que mexer no dinheiro antes do previsto pode acarretar uma perda significativa no rendimento.
“O ideal é fazer uma simulação pensando na idade do filho, em quanto se pode aplicar por mês, quanto vai custar a educação superior, intercâmbio ou outro projeto, e em quanto tempo ele precisará do valor. Não adianta botar na previdência e não olhar o rendimento e a taxa de administração”, diz Myrian Lund, planejadora financeira e professora da FGV.
Tributação
O que pode compensar as altas taxas são as vantagens tributárias, principalmente no longo prazo. Quem faz a declaração completa de Imposto de Renda (IR), pode optar pelo regime PGBL, que deduz o aporte em até 12% da renda tributável, sendo o imposto pago somente no resgate, sobre o valor integral do aporte. Já para quem usa o IR simplificado ou já atingiu os 12% com outros aportes, o VGBL torna-se a melhor opção, pois, apesar de não haver dedução imediata, o imposto é pago somente sobre o rendimento, e não o valor integral investido.
Para os investimentos de longo prazo – leia-se dez anos ou mais –, a dica é a tributação regressiva, já que ao atingir dez anos o imposto é reduzido ao mínimo de 10%. Do contrário, a tabela progressiva é a melhor opção.
“O modo progressivo é interessante quando o aporte está em nome do filho, pois aos 18 anos ele não terá renda significativa, então o imposto pode cair em uma alíquota até de 0%”, explica Janser Rojo, especialista em planejamento financeiro.