Ao investir, os aplicadores fazem com que o dinheiro trabalhe para eles. Mas a falta de conhecimento sobre as taxas e os indicadores que incidem sobre os ativos, somada às escolhas erradas, podem levar a mais perdas do que ganhos.
Leia mais notícias sobre Finanças Pessoais
Conheça alguns dos erros mais comuns na hora de investir:
Esquecer da inflação
A inflação é um dos principais indicadores que definem as perdas ou ganhos dos investimentos. A alta dos preços incide diretamente sobre o poder de compra do consumidor. Logo, o que se consegue comprar hoje com R$ 1.000 não será o mesmo que se poderá adquirir daqui a um ano. E é por esse motivo que a poupança teve perdas em vez de ganhos no ano passado. Em 2015, enquanto o IPCA fechou acima dos 10%, a caderneta ficou em cerca de 8%, o que resultou em uma perda real de aproximadamente 2%. Estar atento às variações do índice e ao rendimento do ativo escolhido definem se a aplicação trará ou não retornos.
Desconsiderar as taxas de administração
As taxas de administração são cobranças pelos bancos e corretoras para a manutenção de ativos financeiros, como os fundos de investimentos. No entanto, se os valores forem muito altos, os resultados podem ficar abaixo da poupança. Para os fundos de renda fixa, os consultores sugerem que as taxas não ultrapassem 1% dos rendimentos. Acima disso, os retornos podem ser comprometidos, inclusive com a possibilidade de os lucros serem subtraídos pelas taxas.
Não contar com prazo e impostos
O prazo em que o dinheiro ficará aplicado influencia tanto nos juros que serão pagos quanto no Imposto de Renda cobrado ao investidor. O caso dos títulos do Tesouro Direto é um dos que deixam essa relação mais clara. Os papeis com um vencimento mais longo, como os atrelados à inflação -- que podem chegar até 2050 -- só oferecem o retorno definido na compra quando são retirados no fim do período. Isso porque os rendimentos dos papeis estão sujeitos aos valores pagos no mercado secundário, como é chamado o de compra e venda de títulos entre investidores, e à variação dos juros no prazo em que o dinheiro ficou aplicado. Outro ponto é o IR sobre os rendimentos, cobrado também nos fundos de investimento e CDBs, que vai de 22,5% em seis meses a 15% em dois anos.
Vender e comprar ações na hora errada
O investimento em ações é um dos mais arriscados do mercado, e por isso mesmo é um dos que trazem as maiores possibilidades de ganhos aos aplicadores. Investir na Bolsa exige um perfil arrojado e muitos cuidados para não perder dinheiro com ela. Entre as maneiras mais comuns de sair na pior é se deixar levar e vender as ações em momentos de baixa ou realizar comprar nas altas. Para não cair nessa, a recomendação dos especialistas é estudar o mercado de ações antes de realizar qualquer investimento e aplicar o mínimo possível da carteira em renda variável.
Comprar títulos de capitalização
Vendidos como investimentos, os títulos de capitalização estão mais próximos da loteria que de uma aplicação financeira em si. Em geral, os produtos são descontados mensalmente da conta corrente ou pagos em parcelas aos bancos e financeiras, dando direito de o participante concorrer a prêmios em dinheiro ou reaver a totalidade do valor ao fim de um período. No entanto, os títulos podem dar retornos abaixo do aplicado, já que possuem taxas de administração, e oferecem “punições” para o resgate antes do prazo estipulado.
Participar de pirâmides financeiras
Uma forma antiga de atrair as pessoas para ganhar “dinheiro fácil”, as pirâmides financeiras são modelos de ganho insustentáveis que só trazem retorno aos que estão no topo das operações. Proibidos por lei, os esquemas se sustentam por meio de um grupo de sócios que realizam contribuições em dinheiro, que são revertidas para os integrantes mais antigos, e em arregimentar novos participantes que paguem a mesma quantia em dinheiro. Quem está na base, porém, pode ter grandes perdas ao não reaver o montante gasto para o ingresso.