As financeiras do segmento de automóveis discutiram na quarta-feira (11) com o governo uma forma de dinamizar o crédito."Nós discutimos uma série de detalhes que ainda serão um pouco mais elaborados, e aí sim vamos trabalhar numa agenda comum que possa melhorar o crédito (de financiamento para automóveis)", disse o vice-presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Gilson Carvalho, ao deixar o Ministério da Fazenda. Segundo ele, as medidas serão feitas em conjunto com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Ministério da Fazenda.
Carvalho disse que o aumento da inadimplência tem efeito na aprovação final do crédito e no custo do financiamento e que por isso estaria havendo um pequeno aumento das taxas de juros. Ele ressaltou, no entanto, que alternativas para melhorar esse cenário vêm sendo estudadas. "Nós temos a expectativa de melhoria na inadimplência no decorrer do ano. Estamos aguardando os números de março e aí vamos enxergar isso com um pouco mais de clareza. Nós temos a expectativa de que esse número reduza e se reduzir, sem dúvida o crédito será acelerado", afirmou.
O vice-presidente da Anefac disse também que o mercado tem liquidez, mas precisa da garantia de que irá receber o retorno do financiamento. Ele destacou que os grandes bancos detêm quase 70% desse mercado, enquanto as financeiras das montadoras ficam com aproximadamente 25% da concessão de crédito.
Segundo ele, as financiadoras são sempre um pouco mais agressivas do que os bancos na liberação de crédito. "Nós sempre rejeitamos um pouco menos de fichas do que os demais. Se teve momentos em que eram aprovadas sete em dez fichas, agora devem estar em cinco, no nosso caso", disse.
Ele destacou ainda que as financeiras das montadoras não conseguem influenciar tanto o mercado de crédito quanto os bancos, mas estão trabalhando para serem a contrapartida da retração dos financiamentos nos grandes bancos e ajudar a fazer o mercado circular "um pouquinho mais". Ele disse que embora o próprio veículo seja a garantia do crédito, não é fácil fazer a execução da dívida.
A reunião na Fazenda com representantes das financeiras foi aberta pelo ministro Guido Mantega e prosseguiu com o secretário-executivo, Nelson Barbosa, e o secretário de Política Econômica, Márcio Holland.
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