As preocupações em relação ao mercado imobiliário norte-americano diminuíram nesta sexta-feira, com a notícia de que dois grandes provedores de crédito para operações de empréstimo de alto risco fecharam acordos para se manter solventes.
Mas investidores ainda continuam nervosos, já que histórias sobre piora na qualidade dos empréstimos continuam aparecendo no mercado.
A Fremont General Corp., que oferece hipotecas para pessoas com histórico fraco de crédito, informou que o Credit Suisse ampliou sua linha de crédito para 1 bilhão de dólares.
A Accredited Home Lenders Holding anunciou que venderá 2,7 bilhões em empréstimos com desconto substancial para ganhar tempo, enquanto procura por mais financiamento.
As combalidas ações das duas empresas reagiram rapidamente às notícias.
Os mercados financeiros ficaram mais calmos com os anúncios, e mantiveram-se estáveis depois de pesado mês, quando o índice Dow Jones perdeu cerca de 5 por cento de seu valor.
Diante do temor de que as turbulências no segmento de empréstimos imobiliários de alto risco pode gerar uma crise de crédito com impacto econômico generalizado, políticos em Washington já começaram a pedir maior escrutínio e supervisão do setor.
Sob as evidências estatísticas da retração do mercado imobiliário, histórias individuais de aperto continuam a ganhar destaque, dando cor à história.
Em San Diego, a situação de um servidor público sugere que o sofrimento com as variações das taxas de empréstimos para moradia estão afetando mais do que apenas aqueles com históricos pobres de crédito.
Andy Sobel tem um emprego decente, poupança modesta e bom histórico de crédito, mas teve que se esforçar para comprar sua casa em San Diego, em 2004.
Três anos depois, Sobel perdeu sua residência e suas economias, e enfrenta agora uma enorme conta de tributos, consequência da extinção de um empréstimo de alto risco -conhecido com subprime- feito com a Countrywide Financial Corp., o qual ele diz que jamais deveria ter feito.
``Você nunca pensa que isso pode acontecer com você. Você se sente como um idiota'', afirmou Sobel, de 48 anos, que tem doutorado em educação.
Histórias como essa deve virar lugar comum por algum tempo, afirmam analistas. Ainda assim, existem discordâncias sobre o quão amplo esses problemas identificados no segmento de subprime serão.
Mas economistas compartilham um pensamento: a saúde da economia dos Estados Unidos depende de uma solução ordeira para a crise no setor.