O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (1) que as medidas do pacote fiscal que está sendo avaliado pelo governo federal devem ser anunciadas até o dia 15 de dezembro.
O ministro disse que são medidas "complexas" em várias áreas. "Temos que ter o cuidado para que estejam bem formatadas", acrescentou.
O governo federal já confirmou, porém, alguns pontos que estão sendo avaliados. Entre eles, medidas de desoneração tributária, como o reajuste da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física deverá ser corrigida em 3% no próximo ano, e em mais 3% em 2008. Além disso, também está sendo avaliada a possibilidade de o salário mínimo ser elevado a R$ 375,00, acima, portanto, dos R$ 367,00 propostos pelo governo.
Também já foi anunciado pela equipe econômica um fundo de investimento em habitação popular, com até R$ 15 bilhões em recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com informações divulgadas pelo governo, o fundo servirá para subsidiar a compra da casa própria por famílias de baixa renda. Para custear os benefícios, porém, o governo considera manter a alíquota extra de 10% para os empregadores em caso de demissão sem justa causa. Até R$ 5 bilhões do FGTS também poderão ser utilizados para formar fundos de investimentos em infra-estrutura. Estes, por sua vez, devem ter isenção do Imposto de Renda para atrair investidores.
Ainda no caso de investimentos, o governo também está estudando a elevação do orçamento do projeto piloto de investimentos (PPI). Atualmente em 0,15% do PIB, o orçamento do PPI, que pode ser abatido da meta de superávit primário, pode ser elevado a até 0,50% do PIB, segundo propostas que estão sendo avaliadas. Com o aumento do PPI, o superávit primário efetivo, ou seja, aquele que tem impacto sobre a dívida pública, poderá ser reduzido nos próximos anos.
Ao todo, as desonerações tributárias deverão somar de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões por ano. A agilização na compensação de tributos pagos por empresas, que incidem sobre a construção de imóveis voltados para a produção, como hidrelétricas, fábricas, galpões e edifícios, também está em estudo. Pela regra antiga, os valores pagos pelas empresas em PIS e Cofins poderiam ser compensados de 20 a 25 anos. Assim que a nova medida for publicada no Diário Oficial, essa compensação passará a ser feita de 18 a 24 meses - a diminuição do prazo significa economia para as empresas.
O prazo de compensação do PIS e da Cofins para compra de bens de capital, que são as máquinas e equipamentos para a indústria, também deve ser reduzido de 24 meses para 18 meses, conforme pleito antigo do setor produtivo. A renúncia fiscal da medida é de R$ 1,7 bilhão por ano. Outra medida em estudo é o aumento da lista de bens de capital isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). Atualmente, a lista de produtos isentos está em cerca de 800 produtos. Ela deverá ser acrescida de 50 novos produtos.
O governo também está estimulando o uso da nota fiscal eletrônica e considera, também, alterar o prazo de recolhimento de alguns tributos, como a contribuição do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), paga atualmente no dia 2, e do PIS e da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), paga no dia 15. Se a cobrança for postergada, mas ficar dentro do mesmo mês, não há renúncia fiscal para o governo.
No caso da dívida ativa da União, estão sendo estudadas medidas para acelerar a sua cobrança. Atualmente, o governo leva em média cinco anos para inscrever o débito na dívida ativa, sendo que o objetivo é reduzir o prazo pela metade. A dívida ativa da União atualmente está acima de R$ 300 bilhões, mas existem muitos créditos de difícil cobrança.
Para conter - o que não quer dizer necessariamente cortar - os gastos públicos, o governo federal está estudando impor limites para os aumentos de salários do Executivo, Legislativo e do Judiciário nnos próximos anos. Ao mesmo tempo, também está sendo avaliado um redutor para os gastos correntes do governo, na razão de 0,1 a 0,2 ponto percentual do PIB por ano. Entretanto, não se sabe se seria implementado já em 2007.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast