Vista do bairro Cabral. Preços caminham para estabilidade| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Na prática

Confira a simulação de financiamentos na Caixa antes e depois da redução dos juros

• O que mudou

Dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH)

Público Geral – Passou de 10% para 9% ao ano.

Clientes do banco – Passou de 8,9% para 8,4% ao ano.

Até 7,9% para quem recebe salário no banco.

Fora do Sistema Financeiro de Habitação (SFH)

Público geral: Passou de 11% para 10% ao ano.

Clientes do banco: Passou de 10,5% para 9,2% ao ano.

Até 9% para quem recebe salário no banco.

• Simulação 1

SFH

O cliente se encaixa no grupo com acesso a taxas de até 8,9% ao ano. O imóvel está dentro do Sistema financeiro de Habitação (SFH).

Taxa antiga

Valor do imóvel: R$ 487.000.

Valor financiado: R$ 250.000.

Taxa: 8,5563%.

Prazo: 360 meses.

Prestação inicial*: 2.592,70

*A prestação engloba os juros, amortização, seguro e taxa de cadastro.

Taxa Nova

Valor do imóvel: R$ 487.000.

Valor financiado: R$ 250.000.

Taxa: 8,09%.

Prazo: 360 meses.

Prestação inicial*: R$ 2.494,69.

Economia de R$ 98,01 na parcela inicial.

• Simulação 2

Fora do SFH

O cliente se encaixa no grupo de até 10,5% ao ano. O imóvel está fora do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Taxa antiga

Valor do imóvel: R$ 1.183.143.

Valor financiado: R$ 1.000.000.

Taxa: 10,0262%.

Prazo: 198 meses

Prestação inicial**: 13.600,26

**Prestação engloba juros, amortização e seguro.

Taxa Nova

Valor do imóvel: R$ 1.183.143.

Valor financiado: R$ 1.000.000.

Taxa: 8,83%.

Prazo: 198 meses.

Prestação inicial**: R$12.670.

Economia de R$ 930,26 na primeira inicial.

Fonte: Caixa Econômica Federal.

CARREGANDO :)

Moradores de Curitiba e região metropolitana que sonham em sair do aluguel terão a oportunidade de comparar preços, prazos e condições de financiamento no 8° Feirão Caixa da Casa Própria, que começa amanhã e vai até domingo. Cerca de 60% dos 21 mil imóveis disponíveis atendem aos critérios do programa Minha Casa, Minha Vida, cujo limite de financiamento é de até R$ 150 mil.

Apesar da tentação dos juros menores para o crédito imobiliário, no entanto, especialistas alertam para o nível de endividamento, que pode acabar comprometendo o orçamento e, consequentemente, o sonho da casa própria. Segundo dados do Banco Central, em abril, o endividamento atingiu 43% da renda das famílias.

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Para Leandro Pacífico, presidente da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), a euforia dos juros baixos deve ser substituída pela cautela durante o Feirão, mesmo parecendo uma tarefa difícil. "A compra de um imóvel na planta, por exemplo, implica a aquisição de dois contratos longos: um com construtora e outro com o banco, que vai te acompanhar por 20, 30 anos. Não é recomendável fazer assumir um compromisso tão importante em apenas um final de semana", explica.

Mesmo com o limite de comprometimento mensal fixado em 30% da renda para o financiamento de imóveis, a ABMH recomenda que o mutuário empenhe de 20% a 25% dos seus rendimentos na compra do imóvel. Seguindo esse critério, uma pessoa com renda mensal de R$ 4 mil poderia destinar entre R$ 800 e R$ 1 mil para um financimento. "Isso possibilita que o comprador trabalhe com uma margem de segurança e não no limite do orçamento", diz Pacífico. Mas é preciso avaliar também a existência de outras dívidas como financiamento de veículos, empréstimos e os custos mensais corriqueiros, que comprometem a renda.

Também é preciso levar em conta a necessidade de reservas para despesas adicionais como o reajuste mensal das parcelas, segundo o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), e os balões, que geralmente fazem parte dos contratos com as construtoras. "O compradores projetam as parcelas, mas esquecem do índice de reajuste e de uma série de outras despesas que não são cotadas na simulação", ressalta o professor José Guilherme Silva Vieira, do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O comprador deve estar ciente ainda de que correção mensal é somada ao valor final do imóvel, ou seja, se no momento da assinatura do contrato com a construtora o valor do imóvel era compatível com a renda e, portanto, passível de financiamento, a valorização do imóvel na hora da entrega pode trazer dificuldades para obter o subsídio junto aos bancos.

Outro limitador que a redução dos juros não consegue aplacar é a falta de dinheiro para dar a entrada no imóvel, já que boa parte das pessoas vive no limite do orçamento, sem capacidade para juntar reservas. "Se a pessoa está com folga no orçamento não vejo motivos para não comprar. No entanto, estamos falando aqui de uma minoria da população. Nada justifica um esforço anormal para dar conta de um financiamento, diante de um mercado que caminha para a estabilização dos preços", ressalta Vieira.

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Juros caem até no cheque especial

Da Redação, com Agência Estado

Assim como a Gazeta do Povo tinha adiantado na semana passada, um levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) divulgado ontem atesta que os cortes nos juros de bancos públicos e privados provocaram uma redução generalizada nas taxas das operações de crédito ao consumidor e à pessoa jurídica, mexendo, finalmente na média efetivamente praticada pelo mercado. No caso do cheque especial, um dos mais caros, a redução chega à 56,12% – maior redução foi registrada na Caixa Econômica Federal, onde os juros baixaram de 151,54% para 66,50% ao ano. "Por conta da forte competição que se iniciou com o anúncio de redução de juros pelos bancos públicos, houve quedas de juros nas operações de crédito nas principais instituições financeiras", afirma a Anefac.

Mas, mesmo com grande parte da concorrência aderindo ao processo de diminuição dos juros, algumas taxas foram elevadas entre as duas datas de coleta dos valores comparados na pesquisa: 30 de março e 30 de abril. No caso do cheque especial, a menor queda (-0,16%) foi registrada no HSBC, que levou sua taxa anual de 217,98% em março para 217,63% em abril. O Santander foi o único banco que aumentou os juros do cheque especial, de 224,62% para 225,68% (uma alta de 0,47%).