“O resultado foi tão bom que o BNDES dobrou nosso limite de saque, para mais de R$ 1,2 bilhão. Somos muito cautelosos em relação às garantias. Por isso, a instituição está muito sólida.”José Moraes Neto, vice-presidente do BRDE.| Foto: Divulgação

O balanço mais recente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) mostra que, até o primeiro semestre do ano, a concessão de empréstimos ao setor produtivo vinha crescendo em ritmo forte. Fundado há 47 anos pelos governos do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o banco de fomento tinha uma carteira de crédito de R$ 4,078 bilhões ao fim de junho, montante 14% superior ao do mesmo período de 2007.

CARREGANDO :)

Nos primeiros seis meses de 2008, o banco aplicou R$ 483 milhões, volume bastante elevado se comparado à meta anual, de aproximadamente R$ 700 milhões. "O resultado foi tão bom que o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] dobrou nosso limite de saque, para mais de R$ 1,2 bilhão", revela o vice-presidente do BRDE, José Moraes Neto. Apesar da crise, a perspectiva da instituição é de que a carteira de financiamentos alcance a marca de R$ 5 bilhões até o fim do ano, segundo o executivo. Algum reforço deve vir das operações no Mato Grosso do Sul, iniciadas na semana passada.

O setor agropecuário é o maior beneficiado pelos recursos, com 33,5% da carteira do BRDE (cerca de R$ 1,366 bilhão), seguido de perto pela indústria – que elevou sua fatia de 29,5% para 32,4% entre junho de 2007 e junho de 2008, passando a acumular créditos de aproximadamente R$ 1,321 bilhão. O setor de comércio e serviços aparece na seqüência, com 17,4% dos empréstimos (R$ 709 milhões), enquanto os projetos de infra-estrutura respondem por R$ 682 milhões, ou 16,7% do volume contratado. A maioria das taxas cobradas pelo BRDE varia entre 3 e 5 pontos porcentuais acima da TJLP (atualmente em 6,25% ao ano).

Publicidade

Recursos

Moraes Neto esclarece que, por trabalhar com recursos próprios e intermediar empréstimos do BNDES, o BRDE não precisará restringir os financiamentos em razão da crise, como têm feito alguns bancos comerciais. E garante que a instituição ficou bem longe dos chamados títulos "podres". "Por lei, só podemos investir nossos recursos em títulos públicos. Não vamos ao mercado, não securitizamos posições passivas, não temos posições em derivativos. E somos muito cautelosos em relação às garantias. Por isso, a instituição está muito sólida, com liquidez garantida." (FJ)