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O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Antonio Evaldo Comune, reduziu hoje, de 0,38% para 0,36%, a previsão para a taxa de inflação de março na capital paulista. Em entrevista à Agência Estado na sede da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ele disse que a revisão para baixo está ligada ao bom comportamento da inflação neste mês, especialmente do grupo Alimentação, que vem registrando deflação nos mais recentes levantamentos da Fipe.

Hoje, o instituto divulgou que o IPC registrou taxa exatamente de 0,36% na segunda quadrissemana de março ante a taxa de 0,44% da primeira quadrissemana do mês. O resultado ficou abaixo da expectativa do próprio Comune, que era de 0,40%. No entanto, ficou dentro das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, já que eles aguardavam uma variação de 0,33% a 0,48%.

Para a terceira quadrissemana de março, o coordenador do índice trabalha com a repetição do resultado anunciado hoje e que deve ser mantido, segundo ele, também no fechamento do mês. "A inflação em São Paulo atualmente está sob controle", comentou Comune, que trabalha com a previsão de uma taxa acumulada de 5% para o IPC de 2011.

Alimentação

De acordo com a Fipe, o grupo Alimentação apresentou queda de 0 41% na segunda quadrissemana ante recuo de 0,39% na primeira leitura do mês. De acordo com Comune, o comportamento do grupo é bom para o consumidor, já que itens importantes estão mostrando quedas ou altas moderadas. "O grupo Alimentação é o herói da inflação neste momento", disse.

Entre os itens de peso para a composição do IPC, a carne bovina é um destaque benéfico. Mesmo com uma queda menor (de 3,26%) que a da primeira quadrissemana (4,01%), teve papel importante para o resultado do índice divulgado hoje. Outros itens mencionados foram o arroz, cuja queda no período passou de 1,19% para 1,70%, e o feijão, com o recuo passando de 4,87% para 2,89%.

Quanto ao subgrupo Produtos In Natura, que pressionou a inflação no começo de 2011, o cenário continua sendo de desaceleração, já que a alta passou de 1,50% na primeira quadrissemana para 0,83% na segunda. O tomate é a exceção do período, pois continua pressionando: subiu 16,33% ante 20% de alta na primeira quadrissemana.

Para Comune, a Alimentação continuará ajudando a inflação, mas não encerrará o mês em queda. Ele previu um avanço de 0,11% para o grupo em março, em função do movimento de quedas menores que está sendo observado na carne bovina e no feijão. Segundo ele, entre os dois, a preocupação para os próximos meses é o feijão. "Pode ser um problema, pois as chuvas afetaram muito este ano o plantio", comentou.

Transportes e habitação

Fora da Alimentação, Comune chamou a atenção para o comportamento do grupo Transportes, cuja alta passou de 0,89% para 1,07% e respondeu por 0,17 ponto porcentual (47,40%) de todo o IPC da segunda quadrissemana. Dentro do grupo, destaque para a tarifa de metrô, cuja elevação no índice da Fipe passou 7 49% para 8,49% e fez o item liderar o ranking das maiores pressões para a inflação paulistana.

No grupo Habitação (avanço de 0,42% ante 0,58%), ele salientou a alta de 0,48% do aluguel. Foi menos intensa que a de 0,54% da primeira quadrissemana, mas o coordenador do IPC observou que os reajustes nos contratos ainda estão sendo amparados pela forte alta acumulada em 12 meses do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 2010, o indicador acumulou elevação de 11,32%.

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