O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deve encerrar fevereiro com alta de 0,51%. A taxa, estimada pelo coordenador do índice da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Rafael Costa Lima, está levemente abaixo do aumento de 0,53% estimado na semana passada.

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Segundo ele, a cautela com o comportamento dos preços dos alimentos foi o que levou a essa leve revisão da projeção do IPC para baixo. "Temos visto que alguns alimentos ainda estão subindo enquanto outros produtos devem interromper o movimento de queda", disse, referindo-se primeiramente ao aumento de 14 91% no preço do feijão no IPC da primeira quadrissemana de fevereiro. Vale ressaltar que o grupo Alimentação voltou a cair nesta medição (queda de 0,34%), o que contribuiu para a desaceleração do IPC para 0,42% no período em questão.

Na avaliação de Costa Lima, os preços das carnes, que têm apresentado queda, indicam que não há mais espaço para continuar a recuar. Na primeira quadrissemana, o preço do contrafilé, por exemplo, cedeu 6,69%. "A entressafra da carne acabou e os preços podem voltar a subir", disse. Com a aproximação do inverno, daqui a alguns meses, deve começar a chover menos e o gado engordará mais devagar, reduzindo a oferta e podendo elevar os preços.

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Costa Lima também ressaltou que a contaminação de alta dos preços dos grãos registrada nos IGPs também é fator de cautela e que pode vir a pressionar o IPC. "O reflexo do aumento dos IGPs deve ocorrer, mas pode demorar um pouco e nem sempre é de um pra um", disse. Ontem, a Fundação Getúlio Vargas, ao divulgar o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de janeiro, mostrou que o preço do milho teve alta de quase 9% no primeiro mês de 2011.