Às vésperas de ter, finalmente, o resultado oficial que pode confirmar ou não a existência de focos de aftosa, o Paraná enfrentará, a partir de amanhã, uma greve dos fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que atuam no estado. Inicialmente, a paralisação, de abrangência nacional, deve durar uma semana.
A greve deverá comprometer a fiscalização da entrada de produtos de origem animal nos portos, aeroportos e fronteiras e também a inspeção da produção de carnes e derivados. No Paraná, os fiscais federais agropecuários têm a incumbência de vigiar os portos de Paranaguá e Antonina, o Aeroporto Afonso Pena (em São José dos Pinhas), as pontes da Amizade (Brasil-Paraguai); Tancredo Neves (Brasil-Argentina), Ayrton Senna (Paraná-Mato Grosso do Sul), além de dois pontos de balsa no lago de Itaipu, em Guaíra e Santa Helena.
Mato Grosso do Sul já registrou 21 focos de febre aftosa desde o início de outubro. Paraguai e Argentina também tiveram ocorrências recentes da doença. No Paraná, os laudos conclusivos sobre a possibilidade de contaminação de 19 animais trazidos de Mato Grosso do Sul deverão ser divulgados na terça-feira.
As principais reivindicações dos fiscais agropecuários são a realização de concurso para novos profissionais (dos atuais 2,7 mil para 5 mil), a criação de escola para capacitação permanente, a reestruturação do plano de cargos e salários e a destinação de um volume maior de recursos para o ministério. Neste ano, o Mapa teve retidos 43% dos R$ 900 milhões previstos.
A categoria promete que manterá o trabalho contra a aftosa. "Nosso movimento é pelo fortalecimento das ações de vigilância e vão ao encontro das reivindicações do setor produtivo", afirmou Hugo Caruso, fiscal paranaense que integra o comando nacional de greve. A realização de uma greve neste momento foi criticada por entidades como a Federação da Agricultura do Paraná (Faep). O delegado federal do Mapa no Paraná, Valmir Kowalewski de Souza, disse que estudará um plano emergencial para evitar o comprometimento das ações de defesa sanitária.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast