Foz do Iguaçu Os fiscais federais agropecuários anunciaram ontem que vão manter por tempo indeterminado a greve iniciada no dia 24. A segunda paralisação deste ano e que hoje completa oito dias mobiliza pelo menos 90% da categoria. Apenas no Amapá os servidores não aderiram ao movimento e os trabalhos de controle de cargas nacionais e internacionais seguem normalmente.
Cálculos da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) indicam que pelo menos US$ 206 milhões em cargas agrícolas estejam parados no Rio Grande do Sul, Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais. A categoria reivindica o cumprimento de um acordo assinado em 2005 que previa o estabelecimento de um Plano de Cargos e Salários. Exige ainda um reajuste de 45%, enquanto o governo insiste com uma recomposição de 12,49%, dividida em três parcelas, a partir de fevereiro de 2008, 2009 e 2010.
Temendo prejuízos ainda maiores à economia, o Ministério decidiu suspender as férias dos fiscais federais agropecuários. A Portaria 221, publicada no dia 27, entrou em vigor esta semana e também deve vigorar até o fim da greve. Para evitar contratempos com a Justiça, os veterinários e agrônomos estão atendendo apenas 30% da demanda dos processos de importação que precisam passar pelo controle fitossanitário. Têm prioridade os carregamentos com animais vivos e as cargas perecíveis.
Em Foz do Iguaçu, os fiscais que atuam na fronteira reuniram-se com o presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do Ministério da Agricultura no Paraná, Clemente Martins. No encontro, os servidores combinaram intensificar a paralisação, agora sem data para ser suspensa.