A agência de classificação Fitch Ratings anunciou nesta sexta-feira (16) que contempla rebaixar a nota da dívida soberana de seis países da Eurozona, entre eles Espanha e Itália, e colocou a França em "perspectiva negativa".
Os seis países ameaçados são Espanha, Itália, Irlanda, Bélgica, Eslovênia e Chipre - que já possuem perspectiva negativa -, o que significa que seu nível de solvência financeira pode ser rebaixado em um ou dois escalões antes de fevereiro de 2012, disse a Fitch.
A agência indica que planeja incluir nessa análise os esforços desses países para sanar suas finanças, mas afirma que a "natureza sistêmica" da crise da Zona do Euro tem um profundo efeito adverso sobre a estabilidade econômica e financeira em toda a região, particularmente naqueles Estados considerados mais vulneráveis.
Todos esses países estão na categoria "investimento", o que significa que são devedores relativamente seguros. A Espanha tem a nota "AA-", Itália "A+", Bélgica "AA+", Irlanda "BBB+", Eslovênia "AA-" e Chipre "BBB".
Quanto à França, que tem a melhor qualificação possível "AAA", a agência mudou sua nota de longo prazo de "estável" para "negativa".
"A perspectiva negativa indica que há um pouco mais de 50% de probabilidades de que a nota seja rebaixada em dois anos", afirmou a agência.
"Em comparação com outros membros da Zona Euro com nota 'AAA', a França é, segundo a Fitch, o país mais exposto a uma intensificação da crise", disse a agência, devido a "seu déficit fiscal estrutural mais importante e um peso da dívida maior em relação" a outros países que têm "triple A".
A agência completou que mantém o "triplo A" da França, pois a avaliação está "escorada em sua economia rica e diversificada, suas instituições políticas, públicas e sociais eficazes e sua flexibilidade de financiamento".
Além disso, o governo francês adotou "várias medidas para solidificar a credibilidade de seus esforços de consolidação fiscal", completou a agência.
Minutos depois do anúncio da Fitch, o ministro da Economia e Finanças francês, François Baroin, afirmou que o governo francês "tomou nota" da decisão da agência.
"O governo está determinado em continuar com sua ação a serviço do crescimento, da competitividade, do emprego e da redução do déficit público", declarou Baroin em comunicado.
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