Agência de classificação de risco diz não ver confiança na capacidade do governo de gerar superávits primários.| Foto: André Borges/EFE
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A agência de classificação de risco Fitch Ratings não deve elevar a nota de crédito do Brasil no curto prazo, contrariando a decisão da concorrente Moody’s tomada na última terça (1º) que melhorou o rating para próximo do “grau de investimento” – o selo de “bom pagador” – e pegou o mercado de surpresa.

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A decisão ocorre em meio a dúvidas sobre a capacidade do país de melhorar significativamente a situação das contas públicas mesmo com os indicadores apontando um crescimento econômico melhor do que o esperado. Todd Martinez, codiretor de riscos soberanos das Américas da Fitch diz que ainda falta “confiança” para a agência elevar a atual nota do Brasil, em BB com perspectiva estável, dois níveis abaixo do grau de investimento.

“Para elevar a classificação de crédito do Brasil, precisaríamos ter mais confiança na capacidade do governo de gerar superávits primários”, afirmou em entrevista à Reuters publicada nesta sexta (4).

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Embora o desempenho econômico do Brasil tenha surpreendido positivamente, com uma expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 3% em 2024, as finanças públicas continuam a ser um ponto de preocupação para a agência.

Para a Fitch, a situação fiscal do Brasil segue frágil e afeta a confiança do mercado, impactando diretamente as taxas de câmbio e o próprio crescimento. A agência projeta um aumento do rombo das contas públicas para 1% do PIB em 2025 ante 0,6% previsto para este ano, com uma redução para 0,8% em 2026.

Com isso, diz a agência, a relação entre dívida bruta e PIB deve subir de 77,8% em 2023 para 83,9% até 2026, segundo as projeções. “As contas públicas continuam sendo um ponto fraco, com repercussões na confiança, nas taxas de câmbio e, portanto, no crescimento”, completou Martinez.

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A equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm buscado recuperar o grau de investimento perdido pelo Brasil em 2015. Em setembro, Lula esteve em Nova York e se reuniu com representantes das três principais agências de classificação de risco – Fitch, Moody's e Standard & Poor's – para discutir a nota de crédito do país.

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Mesmo assim, a Fitch e a Standard & Poor's mantêm a classificação do Brasil em BB com perspectiva estável, ambas dois níveis abaixo do grau de investimento. Já a Moody’s elevou a nota para Ba1 com perspectiva positiva.

Apesar da prudência da Fitch, Martinez elogiou os esforços do governo para melhorar a situação fiscal e destacou as iniciativas recentes como avanços importantes, como a reforma tributária e o acordo para reverter as isenções da folha de pagamentos.

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