A agência de classificação de riscos Fitch rebaixou nesta terça-feira os ratings da dívida da Petrobras em moeda estrangeira e local para "BBB-" ante "BBB", e simultaneamente colocou a petroleira em perspectiva negativa.
Segundo a Fitch, o rebaixamento dos ratings da Petrobras afeta cerca de 50 bilhões de dólares em dívidas da empresa.
A agência destacou que o rebaixamento reflete incertezas crescentes e prolongadas sobre capacidade da empresa de estimar e registrar baixas contábeis de maneira apropriada, em meio a denúncias de que os ativos teriam sido sobrevalorizados por atos de corrupção.
Petrobras vai receber ajuda do Tesouro e de bancos públicos, acredita Moody's
Após ter rebaixado os ratings da Petrobras no último dia 29, a agência de classificação de risco Moody's declarou nesta terça-feira, 3, em relatório com perguntas e respostas sobre o assunto, que a estatal deve continuar a receber forte apoio do governo brasileiro.
"Acreditamos que, se necessário, o governo apoiaria a Petrobras de diferentes formas, incluindo assistência financeira direta do Tesouro Nacional e assistência indireta por meio de bancos públicos", afirmou a agência.
No entanto, segundo a Moody's, a capacidade do governo de apoiar a empresa pode ser reduzida se uma grande parte da dívida da Petrobras vencer ao mesmo tempo, por causa de cláusulas de "cross default", ou seja, quando uma dívida não é paga, e outras dívidas também vencem antecipadamente.
"Acreditamos que a Petrobras continuará a receber forte apoio do governo brasileiro, mas as regras cross default podem afetar uma parte da dívida grande o suficiente para comprometer a capacidade de o governo apoiar a empresa."
Caso a Moody's preveja menor ajuda do governo à companhia, o rating da Petrobras poderia ser impactado negativamente, caindo vários níveis abaixo do rating do governo, acrescentou a agência.