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Fitch vê queda de até 0,5% do PIB do Brasil em 2009 e diz que resultado é "bom"

Shelly Shetty, principal analista da agência de classificação de risco Fitch para o Brasil | Divulgação
Shelly Shetty, principal analista da agência de classificação de risco Fitch para o Brasil (Foto: Divulgação)

Uma variação negativa de até 0,5% seria um resultado "bom" para a economia do Brasil em 2009, afirmou ao G1 nesta quinta-feira (10) Shelly Shetty, principal analista da agência de classificação de risco Fitch para o Brasil.A agência, que concedeu grau de investimento ao Brasil em 2008, está revisando sua apostas para a economia brasileira após a divulgação dos números sobre o PIB do Brasil nesta quinta-feira (10).

"Para 2009 consideramos uma variação entre nula até queda de 0,5% para a economia, o que é um numero relativamente bom quando considerados a situação de outros países e o desempenho na crise que o Brasil teve", afirmou, por telefone, Shelly.

Nesta quinta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que Produto Interno Bruto (PIB), que mede todas as riquezas produzidas pelo país, cresceu 1,3% na comparação com o trimestre anterior.

Diante dos dados referentes ao terceiro trimestre, a estimativa é de que o Brasil precisará crescer 5% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano passado para fugir de um resultado negativo em 2009.

De acordo com a analista, a agência ainda está revisando suas projeções econômicas para o Brasil, mas avalia que uma queda de até 0,5% em 2009 e um crescimento de 5% em 2010 são "factíveis".

"Acreditamos em uma forte retomada da economia brasileira em 2010. Nós antes tínhamos uma previsão para o Brasil de crescimento menor que 5% em 2010, mas uma alta de 5% parece bem factível", diz Shelly.

A analista, no entanto, voltou a destacar que a prioridade do Brasil em 2010 - ano de retomada econômica - deve ser a de retirar alguns dos estímulos fiscais concedidos pelo governo com o objetivo de preservar sua credibilidade fiscal.

" Apesar de 2009 ter sido um ano excepcional em todo o mundo, em que alguns estímulos fiscais foram concedidos e eram provavelmente necessários, achamos que o Brasil tem o desafio de remover os estímulos fiscais em 2010, ainda mais em ano de eleições", diz Shelly, que destava que houve piora nas contas fiscais.

"Isso deve ser ainda mais pertinente se a economia se expandir 5%, porque não retirar os estímulos pode gerar pressões inflacionárias. Então realmente achamos que o foco do Brasil em 2010 deve ser a política fiscal", diz a analista.

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