São Paulo - As entradas de dólares superaram as saídas em US$ 35,59 bilhões no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, antes de o governo anunciar medidas para conter a entrada da moeda estrangeira (leia matéria sobre a ampliação do IOF nesta página). O saldo positivo do fluxo cambial no Brasil no período superou em 46,2% o ingresso líquido de moeda estrangeira em todo o ano passado e foi mais de dez vezes maior do que o registrado nos três primeiros meses de 2010.
O BC também informou que as apostas dos bancos nacionais na valorização do real diminuíram para US$ 8,83 bilhões, ante US$ 12,70 bilhões em fevereiro. O destaque do fluxo cambial continua sendo a conta financeira em que são registrados os diferentes tipos de investimentos estrangeiros (em ações, renda fixa, na produção), bem como empréstimos externos, remessas de lucros, entre outras que não fazem parte da balança comercial. No trimestre, o câmbio financeiro teve superávit de US$ 31,35 bilhões, também superando o ingresso líquido de todo o ano passado. Já no comercial, as exportações superaram as importações em US$ 4,24 bilhões, volume bem acima do resultado próximo da estabilidade verificado no primeiro trimestre de 2010.
Os dados referentes apenas ao mês de março mostraram que o fluxo de maneira geral continuou pujante, com ingresso líquido de US$ 12,66 bilhões, ante US$ 2,11 bilhões em março de 2010. Na última semana do mês, contudo, o comportamento foi diferente. O superávit cambial foi de US$ 2,142 bilhões nos últimos quatro dias úteis do mês e, se for considerado também o dia 1.º de abril, sexta-feira, o saldo positivo caiu para US$ 1,77 bilhão. E esse superávit é explicado por apenas um dia, a segunda-feira (28), dia em que circulou a notícia de que o governo taxaria com 6% de IOF os empréstimos externos de até um ano, confirmada na noite daquela segunda-feira. Nos dias seguintes, o fluxo diminuiu sensivelmente, inclusive operando no terreno negativo por três dias.
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