Apesar das medidas do governo para conter o fluxo de capital externo e evitar uma valorização maior do real, o Brasil continua recebendo em 2011 uma enxurrada de dólares. O fluxo de dólares para o país continua forte e fechou março com um ingresso líquido de US$ 12,660 bilhões, informou nesta quarta-feira o Banco Central (BC).
No primeiro dia de abril, o ingresso líquido de dólares, no entanto, ficou negativo em US$ 365 milhões. O fluxo negativo no primeiro dia de abril ocorreu depois de o governo ter adotado a taxação mais alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos.
O fluxo de dólares em apenas três meses até o dia 1º de abril está em US$ 35,227 bilhões e já é 44,6% superior ao volume registrado de todo o ano passado, quando o Banco Central registrou um saldo positivo de US$ 24,354 bilhões para o país.
O fluxo financeiro (que contabiliza investimentos, remessas de lucros, empréstimos, entre outros itens que não fazem parte da balança comercial) apresentou em março saldo positivo de US$ 8 997 bilhões, resultado de entradas de US$ 37,969 bilhões e saídas de US$ 28,972 bilhões. Já o fluxo comercial fechou o mês passado positivo em US$ 3,663 bilhões, com exportações de US$ 20 800 bilhões e importações de US$ 17,137 bilhões. Em março do ano passado, o fluxo cambial foi positivo em US$ 2,114 bilhões.
A posição "vendida" dos bancos em câmbio recuou para US$ 8,83 bilhões em março, de acordo com dados divulgados hoje pelo BC. Em fevereiro, a posição vendida estava em US$ 12,702 bilhões. A redução na posição vendida ocorreu às vésperas da entrada em vigor de uma medida anunciada em janeiro que buscou limitar a exposição dos bancos ao câmbio. A medida entrou em vigor efetivamente nesta semana.
No jargão do mercado financeiro, "estar vendido" sinaliza realização de negócios que exigem a entrega futura de dólar ou pagamento da variação cambial. Na prática, isso representa a aposta dos bancos de que o real vai se valorizar.
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