O saldo do que entra e sai de dólares do Brasil teve uma pequena recuperação em julho e ficou positivo em US$ 942 milhões depois de um saldo de US$ 318 milhões no mês anterior. O fluxo de moeda americana que chega para o mercado financeiro teve uma leve melhora e as operações da balança comercial ficaram menos no vermelho que antes. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Banco Central (BC).
Segundo o levantamento da autoridade monetária, o mercado financeiro brasileiro atraiu US$ 1,34 bilhão no mês passado - já descontadas todas as retiradas feitas. Em junho, o fluxo financeiro foi de US$ 1,28 bilhão. Enquanto isso, o déficit nas transações de comércio exterior do Brasil com o restante do mundo ficou mais ameno. Passou de US$ 962 milhões, em junho, para US$ 400 milhões no mês passado.
No entanto, nos três primeiros dias de agosto, o fluxo total de dólares que entram e saem do país tanto pelo mercado financeiro quanto por causa das transações de comércio exterior ficou negativo em US$ 174 milhões por causa do pagamento de importações maior que o volume de moeda americana trazido pelos exportadores.
Nos primeiros sete meses do ano, o fluxo total caiu 58% na comparação com o mesmo período do ano passado e chegou a US$ 23,7 bilhões. A maior parte desse resultado foi garantida basicamente nos quatro primeiros meses do ano quando empresas e governo captaram recursos no exterior e os exportadores trouxeram recursos que estavam parados no exterior à espera de uma taxa de conversão atraente.
A expectativa é que o fluxo melhore no mês que vem por causa da pauta de exportação brasileira que ficou prejudicada por causa da quebra de safra de algumas culturas causada por efeitos climáticos.
Desde o início de maio, o BC não interfere diretamente no mercado de câmbio. A posição comprada dos bancos aumentou de US$ 2,3 bilhões para US$ 2,7 bilhões em julho. No jargão usado pelos economistas, ficar "comprado" significa manter dólar em caixa e apostar numa alta da moeda americana.
O BC também divulgou hoje que o IC-Br (o índice da autarquia que mede o comportamento do preço de commodities) teve uma grande alta de 7,8% em julho. Ela foi impulsionada principalmente por uma disparada dos preços internacionais de 10,4%. Com esse desempenho no mês passado, o aumento do índice de alimentos ficou em 17,2% nos últimos 12 meses. As commodities de energia também contribuíram para a alta de julho. Somente esse grupo registrou um aumento de 6,1% nos preços internacionais.