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Fluxo cambial no Brasil fica negativo em US$ 5 bi nas duas últimas semanas

Nas últimas duas semanas, o Brasil perdeu 5 bilhões de dólares, movimento que praticamente apagou o saldo positivo que o país registrava no acumulado do ano, movimento que foi puxado sobretudo pelos investimentos financeiros. Apesar do recente movimento intenso, especialistas acreditam que ainda é cedo para dizer que o país continuará perdendo recursos daqui para frente. O fluxo cambial, entrada e saída de moeda estrangeira do país, ficou negativo em 2,326 bilhões de dólares na semana passada, informou nesta quarta-feira o Banco Central. Entre os dias 31 de março e 4 de abril, a conta financeira -- por onde passam os investimentos estrangeiros direito, em portfólio, entre outros -- teve saldo negativo de 2,624 bilhões de dólares, enquanto a conta comercial registrou superávit de 298 milhões de dólares. A última semana de março já havia tido saídas líquidas, de 2,738 bilhões de dólares, também puxada pela conta financeira. As duas semanas de dados negativos praticamente anularam o saldo positivo acumulado no ano que agora, até o dia 4 passado, registrava superávit de apenas 159 milhões de dólares. Em março, o superávit foi de 2,304 bilhões de dólares. "Ainda que os dados não estejam tão bons no curto prazo, o começo de ano foi bom para o fluxo cambial... É dificil prever o comportamento do fluxo, mas devemos ter uma melhora nas próximas semanas", disse Bistafa, lembrando que o país poderá receber dólares vindos das captações externas feitas por empresas locais. A última empresa a realizar captação no exterior foi a Gerdau, que lançou 500 milhões de bônus de 30 anos, mas já teve BNDES, a maior produtora de carnes do mundo JBS e o frigorífico Minerva, além da Petrobras. Ajuda nessa conta a taxa de juros do país, hoje a 11 por cento ao ano, que pode atrair mais investidores de fora me busca de maiores ganhos financeiros. No ano passado, o fluxo cambial vinha acumulando fortes saídas, como em dezembro, quando houve déficit 8,78 bilhões de dólares. Mas tornou-se positivo ao longo do primeiro trimestre, coincidindo com a desvalorização de quase 4 por cento do dólar sobre o real no período. Apesar das saídas líquidas de dólares nas duas últimas semanas, o dólar continuou em queda, aproximando-se do patamar de 2,20 reais. Isso porque, segundo analistas, o BC continuou com suas atuações diárias no mercado cambial.

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