Após fechar setembro e outubro no azul, o fluxo cambial brasileiro encerrou o mês passado com saldo negativo de US$ 3,5 bilhões. O resultado no vermelho é o pior do ano, já que é o maior desde dezembro de 2013, quando as saídas superaram as entradas em US$ 8,8 bilhões. Apesar do movimento, essa leva de envios de recursos não preocupa pelo menos por enquanto analistas do mercado financeiro, já que se tratam de dados que variam bastante de um mês para o outro.
"Preocupação só virá se a saída de dólares continuar nos próximos meses com consistência, cenário com o qual não vejo ninguém trabalhar neste momento", disse um operador de mercado. Vale lembrar que, com a proximidade do fim do ano, empresas instaladas no Brasil e que têm matriz no exterior costumam aproveitar o momento para enviar lucros e dividendos para fora do país.
O principal canal de escoamento em novembro foi o financeiro, com o envio líquido, já descontadas as entradas, de US$ 2,2 bilhões. No comércio exterior, a retirada de recursos foi da ordem de US$ 1,4 bilhão.
Inversão
Com o resultado negativo do mês passado, diminuiu o saldo acumulado do ano até agora. Nos primeiros 11 meses de 2014, o resultado está positivo em US$ 4,8 bilhões, fruto de entradas líquidas do setor financeiro no valor de US$ 1,1 bilhão e de US$ 3,645 bilhões do segmento comercial. Nos mesmos meses de 2013, o fluxo estava negativo em US$ 3,5 bilhões.