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Fluxo positivo e mercado global amparam queda do dólar

Uma nova rodada de ingressos ao mercado local e o tom positivo nas principais bolsas de valores permitiram que o dólar terminasse em baixa ante o real nesta quarta-feira.

A divisa caiu 0,74 por cento, a 1,733 real na venda, após ter recuado 1,32 por cento na mínima do dia.

De maneira geral, profissionais de mercado avaliam que os bons fundamentos da economia brasileira têm mantido a atratividade dos ativos domésticos mesmo com o início da cobrança de imposto sobre a entrada de capital estrangeiro no país, adotada no mês passado.

Uma série de operações no mercado de capitais também tem alimentado as entradas de recursos, fato respaldado por números do Banco Central divulgados nesta sessão.

Segundo o BC, o fluxo cambial fechou outubro positivo em 14,598 bilhões de dólares, maior resultado desde junho de 2007, quando as entradas superaram as saídas em 16,561 bilhões de dólares.

Em setembro, o superávit foi de 1,365 bilhão de dólares.

Para o gerente de negócios da Casa Paulista Assessoria Bancária, Carlos Alberto Postigo, o que se viu nesta sessão foi a continuação do fluxo positivo, movimento fortalecido pelo bom desempenho das bolsas de valores dos Estados Unidos.

Por lá, os investidores mostravam-se otimistas após a divulgação de que o setor privado do país cortou 203 mil empregos em outubro, número menor que o apurado em setembro, de 227 mil. O crescimento do setor de serviços norte-americano pelo segundo mês seguido em outubro também foi outro componente positivo.

Esse panorama favorecia a aplicação em ativos considerados de maior risco, levando o dólar no final da tarde a ceder 0,6 por cento frente a uma cesta com as seis principais divisas globais.

O gerente de câmbio da Fair Corretora, José Roberto Carreira, considerou que a queda do dólar ganhou fôlego com um movimento de venda da moeda norte-americana.

"Os bancos compram nos últimos dias do mês para cobrir posição. Passada a virada do mês, acabam vendendo esse capital", avaliou.

Ele lembrou que a taxa de juro brasileira é alta em relação às taxas praticadas no exterior, o que leva investidores estrangeiros e bancos a aplicarem em reais em busca de maior rentabilidade. A Selic está atualmente em 8,75 por cento ao ano.

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