O FMI acabou na quinta-feira (18) com qualquer esperança de que a Grécia poderia evitar um calote se não pagar uma parcela de 1,6 bilhão de euros no final deste mês, aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que não mostrou nenhum sinal de que irá se submeter às demandas dos credores.
Os ministros das Finanças da zona do euro foram a Luxemburgo para uma reunião que até há pouco tempo era vista como a chance final para se chegar a um acordo, mas qualquer expectativa em torno do fim do impasse tinha desaparecido quando Atenas descartou o encontro como um fórum para discutir novas propostas.
Enquanto isso, os bancos gregos viram os saques aumentarem para cerca de 2 bilhões de euros ao longo dos últimos três dias, com o ritmo de retiradas diárias triplicando desde o colapso das conversas com os credores no fim de semana, segundo três fontes bancárias.
Proposta da Grécia é rejeitada e acordo com credores não sai
A Grécia e as instituições que representam seus credores não chegaram a um acordo neste domingo (14), deixando a decisão final sobre se o país irá declarar um calote para os ministros das Finanças da zona do euro. O país está em negociações sobre as reformas que deve implementar para obter um novo financiamento e evitar a falência. Por meio de comu
Leia a matéria completaA diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, disse que a Grécia estará em calote com o Fundo Monetário Internacional no dia 1o de julho caso não realize um pagamento em 30 de junho, pois não há período de carência ou possibilidade de adiar o pagamento.
“Não há período de carência ou adiamento de dois meses, como tenho visto em alguns lugares”, disse ela, falando antes da reunião de ministros das Finanças da zona do euro em Luxemburgo.
Acordo ainda é possível
Já a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que o acordo entre a Grécia e seus credores ainda é possível se Atenas demonstrar a vontade necessária, em meio ao pessimismo crescente de que o país atingido pela austeridade pode acabar despencando para fora da zona do euro.
Nenhum dos lados mostrou até agora qualquer sinal de que dará o braço a torcer, com credores insistindo que cabe à Grécia fazer concessões para assegurar um acordo de reformas em troca de recursos para que o governo possa honrar os pagamentos de dívida que se aproximam e evitar o calote potencialmente desastroso.
Longe de ceder terreno, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, fez um novo ataque contra credores num artigo em um jornal alemão, criticando duramente o que chamou de “insistência cega” sobre cortes em pensões que segundo ele piorariam ainda mais a crise de seu país. Ele iniciou ainda uma visita de dois dias à Rússia para participar de um fórum econômico em São Petersburgo, num momento de relações bastante tensas entre Moscou e a União Europeia.
Com líderes europeus e o banco central da Grécia alertando que uma possível saída da zona do euro está no horizonte, a bolsa de ações em Atenas tocou uma nova mínima de três anos.
“Ainda estou convencida: onde há uma vontade, há uma maneira”, disse Merkel a parlamentares de seu país, repetindo uma mensagem da semana passada. “Se aqueles que estão responsáveis pela Grécia puderem reunir a vontade, um acordo ... ainda é possível”.
Gregos exigem fim da “pilhagem” de credores após negociações falharem
Após negociações com o resto da Europa ter falhado no fim de semana, governo da Grécia diz não ter o que oferecer para fechar um acordo
Leia a matéria completaMerkel enfrenta uma oposição crescente de dentro de seus conservadores sobre dar à Grécia quaisquer recursos de resgate a mais, com uma estreita maioria dos alemães se mostrando agora a favor de que a Grécia saia da zona do euro.
Após serem eleitos em janeiro com uma promessa de voltar atrás com a austeridade, o governo de esquerda de Tsipras vem relutando em relação a demandas por novos cortes em pensões e aumentos de impostos sobre produtos básicos como alimentos e eletricidade.
Atenas precisa superar o impasse até o final do mês, quando precisará pagar 1,6 bilhão de euros devidos ao FMI.
Protesto
Os gregos têm sido espremidos por cinco anos de cortes orçamentários exigidos pela Comissão Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu (BCE) em dois resgates. Porém, pesquisas de opinião sugerem que a maioria quer ficar na zona do euro.
Em um sinal de nervosismo crescente entre muitos gregos sobre o destino de seu país, manifestantes pró-euro vão realizar um protesto no centro de Atenas pedindo pelo fim do impasse.
Além disso, um grupo de empresários, incluindo operadores de turismo, fizeram um apelo a Tsipras para que ele chegue a um acordo com os credores. “A coisa mais importante é não sacrificar um grande feito nacional que é a participação da Grécia na zona do euro.”
Isso tudo um dia após manifestantes antiausteridade terem se reunido em apoio ao governo e contra as políticas propostas pelos credores.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast