O governo brasileiro alcançará o resultado fiscal prometido para este ano, disse ontem o chefe do Departamento de Assuntos Fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Carlo Cottarelli. O objetivo oficial é um superávit primário - economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública - equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

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As autoridades brasileiras, segundo ele, têm dado sinais concretos de seu compromisso com aquela meta. "Não tenho dúvida, com base nas práticas correntes e na ação em curso, quanto à concretização da meta." A consolidação fiscal, disse Cottarelli, avança em ritmo adequado.

As contas públicas do Brasil e de outros emergentes estão mais saudáveis que as do mundo rico, segundo a nova edição do Monitor Fiscal, apresentada ontem por Cottarelli. Segundo o documento, o ajuste fiscal está atrasado nos Estados Unidos, enquanto os europeus já cuidam de apertar as finanças públicas. Na Ásia emergente, o progresso foi limitado. Na América Latina, a consolidação fiscal começou no ano passado e deve continuar este ano. No século passado, os latino-americanos não apareciam entre países sérios em matéria fiscal nos documentos do FMI.

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A declaração de confiança na política brasileira aparece também no texto do Monitor Fiscal. O documento menciona o pacote anunciado em março pela administração federal para um ajuste equivalente a 1,25% do PIB. Está projetada redução dos empréstimos do Tesouro ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os empréstimos atingiram em média 3% do PIB em 2009 e 2010.