O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou nesta terça-feira que a Grécia não efetuou o pagamento de 1,6 bilhão de euros devidos ao organismo, cujo prazo vencia à meia-noite de hoje (horário de Bruxelas, 19h em Brasília), e declarou o país “em moratória”.
O não pagamento, o maior da história do FMI, é equivalente a um calote, o que implica uma violação das obrigações de Atenas.
O porta-voz do FMI, Gerry Rice, afirmou que a Grécia, agora, só pode receber mais financiamento do fundo quando os atrasos forem quitados.
Ele confirmou que a Grécia solicitou mais cedo nesta terça-feira uma prorrogação de última hora do pagamento, o que a diretoria do FMI irá considerar “no momento apropriado”.
Grécia se une a grupo com Zimbábue, Sudão e Somália
Ao deixar de pagar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) uma dívida de € 1,6 bilhão, a Grécia entrou para o pequeno grupo de países em calote perante o organismo internacional. Nesta terça-feira, a nação se uniu a Zimbábue, Sudão e Somália — até então as únicas nesse rol de inadimplentes —, se destacando como o único país de primeiro mundo atualmente na lista de devedores.
O último a ingressar no grupo foi o Zimbábue, em 2001. Hoje, segundo a agência de notícias Bloomberg, o país africano deve cerca de US$ 112 milhões ao FMI. Antes do calote da Grécia, a maior dívida era a do Sudão, que acumula débito de US$ 1,3 bilhão com a instituição — valor suplantado pelo valor devido por Atenas. Completa o montante o débito da Somália, estimado em US$ 331,8 milhões.
Apesar de estar na mesma situação que os países africanos, a Grécia ainda está em outro patamar econômico que os demais devedores. Segundo o ranking mais recente do Banco Mundial, o PIB grego era o 43º maior do mundo. Já o Sudão figurava na posição 71, o Zimbábue, na 124. A instituição não tem informações sobre a economia da Somália.
No jargão do FMI, todos esses países estão em “atraso” (arrears, em inglês), impossibilitados de receber novos empréstimos da instituição até que regularizem seus débitos.