O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quinta-feira que está sendo constatado um forte aumento de preços dos produtos alimentares no mundo, por causa do incremento da demanda e do desenvolvimento da produção de etanol nos Estados Unidos.
"É uma novidade desde a primavera" boreal - data das últimas previsões econômicas do FMI, destacou o economista chefe do Fundo, Simon Johnson, durante uma conversa com jornalistas.
"A demanda por alimentos aumenta", explicou, "o que reforça a pressão sobre os preços das matérias-primas" relacionadas. "Simultaneamente, isto leva a um choque relacionado com o etanol nos Estados Unidos", acrescentou.
Ele também revelou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) irá rever para cima suas previsões de crescimento, devido ao que chamou de um "boom mundial".
"Os Estados Unidos continuam dando sinais de enfraquecimento, tal como havíamos adiantado, mas as demais economias do mundo estão operando muito bem", ponderou, citando os bons desempenhos da Europa (em particular da Alemanha) e de países emergentes como Índia e China.
"Trata-se de um boom mundial", afirmou.
Em relação à economia americana, Johnson estima que o crescimento "deve ser retomado rapidamente à medida que o dólar se desvalorize - o que favorecerá as exportações - mas também porque acreditamos que os investimentos das empresas vão aumentar (...) e porque o consumo parece estar bastante sólido".
Sobre as moedas, Johnson não compartilha nem os temores de uma supervalorização do euro ou o contrário, nem da desvalorização durável do iuane.
Em relação à moeda européia, "há alguns exageros e má percepção", estimou.
Hoje, no entanto, o euro evolui a curta distância de seu recorde histórico de 1,3833 dólar, chegando pela manhã, na Europa, a 1,3831 dólar.
Em relação ao iuane, Johnson mostrou-se mais conciliante sobre a política monetária chinesa, cuja "orientação pode ser considerada boa a partir de um determinado momento".
"Devemos reconhecer que a China saiu-se muito bem", destacou: "enchê-los de críticas não é boa idéia".
"A China é argumento excessivamente utilizado por políticos" para defender posições protecionistas, geralmente eleitoreiras, lançou ele.
Só a ausência de inflação no Japão o deixa "perplexo".