Ouça este conteúdo
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou nesta terça (22) a expectativa de crescimento do PIB brasileiro para este ano de 2,1% previstos em julho para 3%. A previsão ocorre em meio ao avanço da economia que, diz, só não será maior por conta da inflação e da taxa básica de juros – atualmente em 10,75% com expectativa de alta.
A divulgação da revisão foi feita durante uma reunião das autoridades de finanças dos países-membros do FMI na sede em Washington, noa Estados Unidos. O periódico “World Economic Outlook” aponta que o crescimento do PIB brasileiro será a mais intensa entre as 16 principais economias acompanhadas pela instituição.
De acordo com o relatório, o Brasil passa à frente dos Estados Unidos, que deve ter um crescimento de 2,8%, da Alemanha (0%), do Japão (0,3%), do Reino Unido e da França (1,1%) e da Arábia Saudita (1,5%). No entanto, à frente da economia brasileira estão países como a China (4,8%) e a Índia (7%).
O FMI afirma no relatório que o desempenho do Brasil neste ano se deve a fatores como o fortalecimento do consumo privado e dos investimentos no primeiro semestre. E atribui esses resultados à maior geração de empregos e ao impacto positivo dos programas sociais do governo, que aumentaram a transferência de renda para a população.
Além disso, o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul foi menor do que o inicialmente previsto, o que também contribuiu para a melhora nas projeções. A previsão do FMI converge com a do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que espera um crescimento ainda maior.
Na semana passada, ele disparou que o Brasil precisa crescer mais que a média mundial, e que não pode se “conformar” com menos do que isso. “O Brasil não pode se conformar de crescer abaixo da média mundial, como aconteceu nos 10 anos que antecederam a posse do presidente Lula agora em 2023”, disse em um evento do governo em São Paulo.
No entanto, o cenário para 2025 é menos otimista. O FMI reduziu a previsão de crescimento do PIB brasileiro para o próximo ano, de 2,4% para 2,2%. O principal fator apontado para essa desaceleração é a necessidade de manter taxas de juros elevadas para conter a inflação, o que pode levar a um esfriamento do mercado de trabalho e da economia como um todo.
Apesar da revisão para baixo no próximo ano, o Brasil deve ter um desempenho superior ao da média da América Latina em 2024. Enquanto o PIB brasileiro deve crescer 3%, a previsão para a região é de 2,1%. Já para 2025, a América Latina deve apresentar uma leve melhora, com projeção de 2,5% de crescimento.
No panorama global, o FMI afirmou que a luta contra a inflação, intensificada após a pandemia, está sendo amplamente vencida, mas ainda existem pressões inflacionárias persistentes. A projeção do Fundo é que, após o pico de 9,4% no terceiro trimestre de 2022, a inflação mundial deve cair para 3,5% até o final de 2025, abaixo da média registrada entre 2000 e 2019, período pré-pandemia.
VEJA TAMBÉM: